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Raul Seixas - O Maluco Beleza
(Gustavo Dourado)

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Raull dos Santos Seixas nasceu em Salvador, Bahia, em 28 de junho de 1945. Filho da mesma região e geração que Gilberto Gil, Caetano Veloso e Gal Costa entre tantos outros que definiram o movimento chamado Tropicália, Raul teve ao contrário destes em sua infância maior contato e assimilação do rock and roll em virtude de ser vizinho e amigo de filhos de famílias americanas que trabalhavam para o consulado americano na Bahia. Tornou-se logo fã ardoroso de Elvis Presley, fundando aos 14 anos um fã-clube brasileiro do cantor. Engana-se porém quem pensa que Raul renegou a cultura brasileira adotando o rock and roll; odiava a bossa nova mas acrescentou ao seu rock elementos de música nordestina como o baião, xaxado, música brega.
Em 1962 em meio ao movimento bossa nova que explodia no Brasil, Raul monta sua primeira banda, Os Relâmpagos do Rock, que mais tarde teria seu nome mudado para The Panthers e finalmente Raulzito e os Panteras.
Grava em 1968 o seu primeiro LP, auto entitulado. Não alcançando nenhuma repercussão a nível nacional Raul volta para Salvador possivelmente pretendendo abandonar a música. Sairia da Bahia novamente para tentar carreira de produtor na CBS onde produziria e comporia para Jerry Adriani, Renato e Seus Blue Caps, Trio Ternura, Sérgio Sampaio, entre outros astros da época.
Em 1972 alcançou a tão desejada repercussão nacional classificando duas músicas no Festival Internacionl da Canção. Raul participou com Let Me Sing Let Me Sing e Eu Sou Eu Nicuri é o Diabo. A boa aceitação lhe valeu seu primeiro contrato com uma gravadora, a Philips Phonogram. Lançou um compacto de Let Me Sing Let Me Sing e o LP coletânea de covers 24 Maiores Sucessos da Era do Rock. O segundo compacto, Ouro de Tolo, foi o seu primeiro grande sucesso.
Em 1973 saiu o LP Krig-Ha Bandolo! apresentando as primeiras parcerias de Raul com o companheiro de estudos esotéricos Paulo Coelho. Começaram a formar em parceria o grupo Sociedade Alternativa, anarquista, baseado na doutrina de Aleister Crowley e também destinado a estudos esotéricos. O movimento foi porém considerado subversivo pelo governo militar. Raul (que aparentemente passou por sessões de tortura), Paulo e as respectivas esposas (Edith e Adalgisa) foram exilados nos estados unidos. Raul viria a conhecer durante o exílio alguns de seus ídolos, Elvis Presley, John Lennon e Jerry Lee Lewis.
Voltaram ao Brasil em 1974 em meio ao sucesso do segundo LP, Gita, possivelmente o seu lançamento de maior vendagens e repercussão, ganhando discos de ouro e participando da trilha sonoras da novela O Rebu. A Philips chegou a relançar 24 Maiores Sucessos... sobre um novo nome, 20 Anos de Rock e dessa vez sobre o nome de Raul. Seguiriam-se então LPs de grande repercussão, Novo Aeon, Há 10 Mil Anos Atrás (último em parceria com Paulo Coelho), Raul Rock Seixas, O Dia Em Que a Terra Parou.
Após a queda de vendagens nos últimos discos e um longo boicote de gravadoras, estourou novamente em 1978 com a música Carimbador Maluco do LP Raul Seixas, parte do especial infantil Plunct Plact Zumm da Rede Globo.
Em 1988 Raul passou a compor, gravar e excursionar com o também baiano Marcelo Nova, vocalista da banda Camisa de Vênus, em fase de extinção).
Em 21 de Agosto de 1989, apenas dois dias após o lançamento de A Panela do Diabo, Raul Seixas morre de um ataque cardíaco em virtude de problemas causados pela bebida. Curiosamente após a sua morte tem o seu talento mais reconhecido do que nunca, arregimentando a cada dia mais seguidores, sendo lançados postumamente registros inéditos e coletâneas, todos sucessos de vendas.
Raul Seixas foi um rebelde nato, o demolidor e anarquista por excelência e, continua a inspirar novas e velhas gerações. Tinha profundidade: Sou largo, raso e profundo ou o início, o fim e o meio.
Era temperamental, sensível, nervoso. Viveu intensamente e, por isso mesmo, morreu cedo. Mas seu sonho era ser eterno.
Foi filósofo da Nova Era. Cavaleiro do Apocalipse.Raul Seixas foi tudo. Uma mistura de niilista, estudioso, hipocondríaco, compositor popular, poeta surrealista, esteta, agnóstico. E foi, antes de tudo, profeta da rebeldia: A desobediência é uma virtude necessária à criatividade. Raulzito ? como era chamado pelos os íntimos ? morreu mas deixou um séquito de admiradores. Tantos os que tentavam imitá-los quanto os que não tinham coragem de fazer nada o que ele pregava.
Iniciou uma carreira meteórica como rebelde e profeta maldito. Mas tinha consistência.
Loucuras à parte, o certo é que Raul Seixas viveu intensamente. Se debruçou no conhecimento dos livros. Bebeu na fonte da inquietação dos agitados anos 70. Era expert em frases. Certa vez disse: sou escritor por excelência, ator por desejo e compositor por raiva. Dizia ainda: o brasileiro não faz história, ele é um espectador da história.
Sobretudo, Raul se sentia um incompreendido. Reclamava da falta de apoio e de reconhecimento da mídia e do sistema. E, principalmente da crítica. Sobre os críticos disse:são uns idiotas bitolados. Ficam sentados atrás de uma mesa de redação ou atrás de perguntas programadas por minicassetes. Não movem uma palha porque não sabem mover e quando alguém move eles não entendem. São tão perigosos como dos donos do poder. São tão doentes quanto a sociedade.
Inconformado,
Raul morreu de incompreensão. Mas já é lenda. É espírito e transcendência.
Raul é poeta. E os poetas são, acima de tudo, magnânimos.



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