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The Boy
(Germaine Greer)

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Germaine Greer, professora

de Literatura da Universidade de Warwick, Inglaterra, e

doutora honoris causa pela Universidade de Sidney,
tornou-se

conhecida mundialmente ao publicar, ainda em 1970, seu

polêmico livro The Female Eunuch, no qual a autora, de
forma

pioneira, tecia ligações entre o relacionamento sexual
entre

homens e mulheres e os esquemas de dominação sexual que,
à

época, eram a bandeira maior do chamado movimento
feminista.

Para a autora, as diferenças entre os sexos haviam sido

"amplamente exageradas ao longo da história" e os papéis

desempenhados por cada sexo eram "fruto de um
aprendizado

planejado pelos homens, e não algo natural". Greer já
então

considerava que tanto os homens quanto as mulheres

"deformavam-se mutuamente de modo a se conformarem aos

padrões e aos papéis sociais exigidos para cada sexo" -
e

que o local onde isto aconteceria com maior intensidade

seria na família "nuclear, suburbana e consumista". O
termo

eunuco do título, normalmente associado ao homem que
tinham

decepados seus órgãos genitais para servirem como
escravos

em funções as mais servis, não foi escolhido por acaso:
para

a escritora australiana, "a mulher é o verdadeiro
eunuco" da

humanidade.



Curioso então é comparar a guinada de interesses que o

último livro de Germaine Greer, The Boy, representa na
obra

da autora. Nesta obra, a crítica de literatura
sobrepõe-se

à polemicista e feminista para tecer um interessante
estudo

do papel da juventude - em especial da juventude
masculina -

na história da arte. Como as pinceladas de um pintor

costumam ser uma assinatura quase definitiva a marcar a

autenticidade de uma obra, contudo, as alusões sexuais
são

constantes no livro de Greer, uma espécie de marca

registrada da escritora, que enxerga em quase todas as
obras

que se põe a analisar um componente erótico - desde uma

"evidente imagem orgástica" que ela vislumbrou na famosa

escultura do "Escravo à hora da morte", de Michelangelo

(veja imagem ao lado), até a louvação a Coreggio por ter

sido "o único artista a ter retratado o ânus e o saco

escrotal de um anjo" em suas pinturas.



Tais movimentos de Greer, contudo, parecem ter um alvo

certeiro, que ela mesma deixa explícito em uma de suas

frases mais bombásticas de The Boy: para a autora,

estabelecer a verdade de que "meninos são sinônimo da
mais

pura beleza estética" - e que as mulheres adultas
deveriam

olhar com mais cuidado para os pequenos homens que as
cercam

- "é demolir um dos últimos grandes tabus ocidentais".

Greer diz que as "mulheres adultas perdem muito ao
fechar os

olhos para os meninos e rapazes" e que os homems mesmo
"saem

em desvantagem por não celebrarem a sua própria
"meninice".





"Graças às guerras, à violência e ao suicídio", afirma

Germaine Greer, "as grandes vítimas do mundo são os
meninos

e rapazes". Para a escritora, os meninos são criaturas

vulneráveis, por conta de sua própria impetuosidade, sua

falta de bom senso em sua ações e também por serem
tolhidos

no uso de modos mais fáceis de autodefesa que os
exigidos

pela sociedade. Ao adentrar na vida adulta, os homens

precisam eliminar o menino e isso representa abolir sua

"irresponsabilidade sexual", sua capacidade de correr
riscos

e buscar emoções fortes - as mães percebem tal fase

facilmente, quando o menino que admirava suas palavras e

cuidados passa a ser arredio e evitar ser visto em
público

com sua mãe, sobretudo em atividades nas quais estejam

envolvidos outros meninos de sua idade. Greer considera
que

nisto resida o princípio do infinito menosprezo
aprendido

pelos homens às mulheres em geral. Aos olhos da autora

australiana são a causa "de vermos destruídos, em frente
aos

nossos próprios olhos, todas as coisas maravilhosas que

amamos nos meninos".



Qual será a intenção oculta por trás das idéias
inovadoras

de Greer? Por um lado, há a abjeta sugestão - comum a
grande

parte de feministas históricas - de que as mulheres

atingirão direitos iguais aos dos homens ao assumir seus

comportamentos - no caso, ao começarem a despertar seu

interesse sexual para os menores de idade, uma espécie
de

Lolita às avessas na qual a autora não atenta, em nenhum

momento, para os reflexos que tais investidas eróticas
de

mulheres adultas sobre homens-meninos poderá acarretas
para

estes últimos. Ou será que correrá sem tropeços daqui
por

diante a vida de um menino de treze anos, como
recentemente

aconteceu nos Estados Unidos da América, cuja professora
que

o assediou sexualmente está grávida de um seu filho? É

machista demais, até mesmo para uma feminista, a idéia
de

que a iniciação sexual de meninos por mulheres adultas e

experientes seja o caminho normal da vida. Por outro
lado,

há essa admiração incompreensível pelo que há de "falta
de

bom senso", de "amor pelo risco" e "irresponsabilidade

sexual" nos meninos e rapazes. Então terá passado
Germaine

Greer ao largo de toda a luta da sociedade atual pelas

conseqüências funestas do desprezo ao "sexo seguro", do

flagelo da AIDS e de outras DSTs, do baby boom das

adolescentes grávidas e dos pais menores de idade?



Mesmo para criar polêmicas, há que se ter uma mínima

preocupação com as conseqüências das idéias que pregamos
-

algo que Greer parece abstrair de seu texto sedutor - e

repleto de belíssimas ilustrações - sobre meninos e
arte.



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