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Agosto
(Rubens Fonseca)

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O cenário da ação do romance, é o Rio de Janeiro, então capital da República e foco das tensões políticas, onde imperam a violência, a corrupção, o luxo e a miséria.
Longe de ser o cartão postal do Brasil, o Rio de Janeiro do romance transita entre o sombrio de uma delegacia abarrotada de presos, os apartamentos e palacetes luxuosos onde se tramam os grandes crimes e o clima de agonia e tensão do palácio do Catete. O espaço está em consonância plena com a atmosfera de tensão e casos que vive a sociedade brasileira.
O tempo focalizado é o mês de agosto de 1954.
Paralela aos fatos históricos e entrelaçada com eles, corre, no plano da ficção, a trama policialesca, que tem como protagonista o comissário Alberto Mattos.
Tudo gira em torno do assassinato do industrial Gomes Aguiar, sócio de Pedro Lomagno na Cemtex.
Para investigar o crime, ocorrido em circunstâncias misteriosas, é indicado o delegado Mattos, que tem como única pista um anel que traz F gravado no seu interior.
Perpassada de suspense, a ação ficcional do romance é constantemente entrecortada pela trama para assassinar o jornalista Carlos Lacerda, o que acontece nos últimos dias do governo do presidente Getúlio Vargas.
Ao entrelaçar episódios da História do Brasil com a morte de um industrial, Rubem Fonseca faz a composição do romance Agosto.
De início, sabemos que Gomes Aguiar, um bem sucedido industrial, sócio da CEMTEX, fora assassinado em sua residência em circunstâncias misteriosas.
Promovendo cortes e alternando cenas, o narrador focaliza aqueles que articulam o atentado contra o jornalista Carlos Lacerda, responsável pela Tribuna da Imprensa. Porta-voz dos ideais da UDN, Lacerda é alvo de desafetos daqueles que apoiam Getúlio.
Disposto a levar em frente as suas investigações, Mattos percorre um labirinto de enganos sucessivos e acaba associando a letra F, gravada no interior do anel, ao nome de Gregório Fortunato, o Anjo Negro, chefe da guarda presidencial.
Um clima de tensão, de angústia atinge todos os níveis. No âmbito particular, por exemplo, Mattos sente fortes dores de estômago, Alice quase ateia fogo no apartamento do Comissário ao sofrer uma crise de nervos enquanto o Chefe das forças Armadas sugere, a renúncia de Getúlio.
Nesse contexto, a morte surge como uma saída inevitável. Ela parece ser a solução para o caos instaurado no país. No plano político, Getúlio suicida-se e provoca a comoção nacional. Logo depois, o assassinato de Mattos é motivo de consternação de seus companheiros.
Assim , o fio condutor da trama policialesca é o mesmo que reconstrói a história dos últimos dias de Vargas.
O desfilar incessante de episódios desenha o perfil de um país que vive sob o signo do caos. Enquanto o suborno é prática constante no cotidiano da sociedade civil, a corrupção e o protecionismo econômico se fazem presentes nas esferas do poder.
A imprensa, ora a serviço de uns, ora a serviço de outros, divide e mobiliza a opinião pública, de forma sensacionalista. Pouco crítica e sem nenhum distanciamento dos fatos, ela é a via de denúncia ou alvo de censura.
Sugerindo o fim do caos, a volta ao equilíbrio, o narrador nos informa que a cidade tivera um dia tranqüilo, o comércio e o cinema funcionaram normalmente.
Cidade maravilhosa para os estrangeiros, lugar de violência, miséria e instabilidade política para os brasileiros, o Rio é o núcleo dos conflitos nacionais.
Nesse sentido, a obra de Fonseca nos oferece uma oportunidade de reflexão. Reduzidos a objetos do poder, peças no jogo de disputas, indagamos qual é a lição que nos deixa essa experiência histórica.



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