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Éden
(Varios)

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Será que ele está além? Ou quem sabe num outro mundo, numa outra realidade? Quanto a isso não queremos responder ou determinar. O que percebemos é que ele se dá de alguma forma, em todo e qualquer espaço. Pois, Éden não é uma realidade exterior ao homem, mas pertencente à sua constituição. Éden é o lugar onde convivem o ser humano e a divindade.
Somente onde ocorre essa convivência é que se dá a possibilidade do amor e do pecado. Se não há convivência não há erros e nem acertos. A marca essencial do Jardim do Éden é a possibilidade do encontro e da convivência. Convivência que se dá numa perfeita harmonia de igualdade e respeito. Não há, neste jardim, peças mais importantes ou de maior valor. Ele é uno, todos dentro dele pertencem à mesma realidade, todos formam um só corpo e um só espírito. Deus e os homens passeiam pelos caminhos deste bosque sem que haja desa-venças ou danos.
Ali encontramos o bojo da vida. Minerais, vegetais e animais, interagem com docilidade e bonança. A única competição que há é aquela salutar à vida. Onde o galho seco se torna lenha, onde não há demarcação de território e nem competição pela posse. Mas onde se vive na tranqüilidade de um lar de igualdade.
Hoje, quando nos atemos à realidade percebemos que em tudo se apresentam as diferenças e as distinções. No Éden elas também existem e estão presentes. Existem plantas diferentes, animais diferentes, não há uma ordenação racional para a floresta. Porém, dentro de todas as distinções não há oposição. Ser diferente não é ser oposto ou contrário. Ser diferente é somente ser diferente. Hoje, entende-se diferença como oposição, daí o motivo de termos dificuldade em alcançar o Éden.
Assim, no Jardim do Éden, todas as diferenças permanecem, mas não há oposição entre elas. Cada planta tem sua função, cada ser ali é coberto de sentido e é imprescindível para a constituição do todo. É como uma obra de arte, cada cor é determinante para o todo. Somente o artista pode dizer o que realmente é importante para sua arte. No Éden ocorre o mesmo, os pintores do Éden o criam constantemente, Deus e homem interagem nessa criação e constituição do Jardim, tanto é que o próprio Adão nomeia os seres ali dentro.
A tradição religiosa criou a concepção de templo, que nada mais é do que a tentativa de recriar o Éden, de fazê-lo novo. Então, culto, liturgia e ritual, são tentativas de alcançar novamente a convivência com a divindade. De encontrar uma convivência distinta, mas não oposta. De modo que Deus e homem se respeitem mutuamente. O que não ocorre no Éden do mito bíblico, pois o homem fere a divindade, comendo o fruto proibido, e a divindade fere o homem, pois o proíbe de comer o melhor fruto e o expulsa do paraíso.
O paraíso é, sem dúvidas, uma utopia ("u-topós" - não lugar), pois não se dá num determinado espaço físico, ele se dá no íntimo do ser humano, onde acontece a convivência do homem com Deus, basta abrir os olhos. Pois, "quem tem olhos para ver, que veja".



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