BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


Tempo E Intensidade
(Diversos)

Publicidade
Fico a pensar sobre o tempo, então me percebo sem tempo para o tempo. Tornamos nossa existência um imenso corre-corre, não temos tempo para fazer o que
gostaríamos de fazer. Nisso as horas passam, correm os dias, avançam os anos e voa a vida. Chega um dado momento, um instante, que parece ser fora desse tempo ordinário, onde nos deparamos com nossa realidade, ficamos frente a frente com nós mesmos e ali devemos decidir assumir a vida ou não.
Há pessoas que correm a vida, voam a vida, não percebem que já são adultos, que cresceram, que casaram, que têm filhos, que seus filhos desejam algo mais que mesada e dinheiro. Para estes o tempo é um inimigo, pois é preciso correr e seu único obstáculo é aquele que não passa, ou que passa muito rápido, o tempo.
Na filosofia, falamos da dinâmica de dois tempos, um cronológico, onde as coisas acontecem como se assistíssemos a uma peça teatral, onde vivemos em busca de coisas que nos sustêm, tempo no qual os anos passam, o corpo envelhece, as coisas perdem o sabor. Esse tempo cronológico é dominado pelo deus relógio, que surgiu para marcar o que havia passado e hoje tem a função de determinar o porvir, que cada vez mais se aproxima mais rápido.
O outro tempo é o kairótico, tempo da existência, onde não assistimos à peça, mas somos os atores da mesma. Nesse tempo o relógio não há, um minuto é eterno, uma hora passa num segundo. O tempo kairótico é o tempo da essência, do saborear, do paladar, do sentir, do gostar, do amar. Tempo em que vivemos a mais pura realidade do que somos, tempo dos apaixonados, onde a noite sempre é curta, tempo do beijo delicioso, do bate papo informal, da cerveja gelada, tempo do prazer, do amor, da alegria, da roda de chimarrão.
Em nossa existência capitalista, temos a necessidade preencher todo o tempo cronológico de modo que sempre estamos nos ocupando de afazeres diversos. Temos de produzir, de fazer coisas que nos dêem dinheiro. Contudo, o dinheiro não nos garante a vitalidade dos momentos intensos de nossa vida. De maneira que um dia, quando acordarmos, veremos que estamos velhos, nossos filhos cresceram, somos avôs e não vimos como isso ocorreu, enfim não participamos dos melhores momentos de nossa vida e nem da de nossos filhos.
Triste será quando imaginarmos que nossos filhos devem ganham bem, ter nome, afinal ser feliz é ter dinheiro. E o tempo se foi. Criaremos confusão por qualquer coisa que envolva dinheiro, estaremos esperando que nossos filhos sejam o que não conseguimos ser: ricos. Mas não entenderemos que na vida basta ser feliz.
Dinheiro, poder, nome, isso o tempo leva; e o que restará então? Os momentos kairóticos de nossa vida, as cervejas que tomamos juntos, as noites de amor, os beijos apaixonados, o nascer dos filhos, o crescer dos netos, os amigos verdadeiros.
Caro amigo, leitor, gostaria de levar-te a esta reflexão. Não deixe que o tempo (cronológico) tome conta de você. Assuma sua vida em seus momentos verdadeiros e simples, viva o instante intensamente, chore, ria, cante. Mas conheça também a docilidade do perdão, do eu te amo. Não queira dominar a todos, seja simples e faça o que tem de ser feito.
É possível que o modo em que vivemos esteja nos lançando para o produzir, para o ganhar, para o consumir, mas aprendamos a fazer cada uma destas coisas com intensidade e verdade, nunca esquecendo o mais precioso sabor do amor.



Resumos Relacionados


- O Tempo Fisico Tem Uma Medida Objectiva, No Entanto às Vezes Custa A Passar E Outras Vôa

- A Felicidade

- Há Tempo Para Todas As Coisas

- 3 Motivos Para Qualquer Pessoa Beber Café.

- O Dom Da Inteligência



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia