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A Guerra Civil Espanhola
(Antony Beevor)

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A enfermidade da guerra açoitou a Espanha nos anos trinta. Foi uma tragédia, um prelúdio da Segunda Guerra Mundial e lugar de ensaios para novos armamentos. Por meio de uma propaganda feroz começaram a gestar-se os processos de polarização entre os bons e os maus, se desumanizou ao oponente desencadeando o ódio e o medo para justificar aos crimes mais sanguinários. A Guerra Civil Espanhola tem sido um tema recorrente para inumeráveis estudos e livros, muitas vezes tratando aspectos parciais. As investigações históricas vão avançando e essas obras acabam por ficar defasadas. Este livro de Antony Beevor, ainda que não seja muito recente, foi publicado em 1982, sintetiza e analisa em suas quase mil páginas todo o desenvolvimento da guerra. Se nota um esforço sério de documentação, com pesquisas realizadas na Espanha e com material desconhecido até então, procendente de arquivos soviéticos e alemães. É dado destaque especial ao diário pessoal do coronel Von Richthofen, líder da Legião Condor, já que a aviação alemã constituiu um elemento fundamental para a vitória fascista. Além disso, Beevor sempre faz referência a escritores e intelectuais que vivenciaram a guerra, como Ernest Hemingway, André Malraux, Robert Capa e George Orwell... Suas contribuições para conhecer a natureza dos conflitos são indispensáveis. Beevor mostra como se travou uma tremenda batalha de propaganda que se estendeu por toda a Europa. Isso foi nefasto para a República, pois se antepôs à vida de milhares de soldados e brigadistas que vieram de todo o mundo para lutar contra o fascismo. A influência do comunismo russo e a figura de Stalin fizeram com que a facção republicana se tornasse ainda mais complicada. O tabuleiro europeu se pôs em marcha. Como tantas outras vezes, a diplomacia e acordos secretos foram nefastos para os republicanos, que eram vistos como uma ameaça por britânicos e franceses, mais preocupados com Hitler. Mas não deixa de tratar as interioridades do lado fascista, como a ascenção e a influência de Franco, o apoio alemão e italiano, o uso de soldados marroquinos, a ajuda do lobby católico norte-americano, a reconversão da falange. Sempre partindo da objetividade, com opinões e fatos muito bem fundados. Antony Beevor não nos permite esquecer o que ocorreu. Usando de um estilo narrativo sem igual em livros desse tipo, nos leva de pronto ao campo de batalha, como se estivéssemos lá. São magistrais as suas descrições das batalhas, de forma especial a de Guadalajara, o intento de tomada de Madri ou a batalha do Ebro. Sempre analisando os acertos e os erros de ambas as facções. O autor não deixa de tomar posição, sempre crítica para com os dois lados da contenda, sempre oferecendo os próprios fatos para que nós construamos nossa própria opinião. A sociedade espanhola, de certa maneira, está dividida em seus ditames. São obras como esta que acabarão sendo indispensáveis para o conhecimento do conflito, as que apontam alguma luz sobre um episódio tão obscuro na história do século XX. Como dizia Gil de Biedma: "De todas as histórias da História, a mais triste, sem dúvida, é a da Espanha, porque termina mal".



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