O Valor De Educar
(Fernando Savater; Tradução de Mônica stahel- São Paulo ; Martins Fontes, 1998.)
O aprendizado humano: por meio dos processos educacionais o grupo social tenta remediar a ignorância amnésica (Platão dixit) com a qual todos nós vimos naturalmente ao mundo. Onde se da como certo que todo o mundo sabe, ou que cada um deve saber o que lhe convém, ou que da na mesma saber ou ignorar, não pode haver educação... nem, portanto, verdadeira humanidade. Ser humano consiste na vocação de compartilhar com todos o que já sabemos ensinando aos recém-chegados ao grupo o que devem conhecer para se tornar socialmente válidos. Ensinar é sempre ensinar o que não sabe, e quem não indaga, constata e deplora a ignorância alheia não pode ser professor, por mais que saiba, na dialética do aprendizado é tão crucial o que sabem aqueles que ensinam quanto o que ainda não sabem os que devem aprender. O fato de ensinar e aprender com nossos semelhantes é mais importante para o estabelecimento de nossa humanidade do que qualquer dos conhecimentos concretos que assim se perpetuam ou se transmitem. Os conteúdos do ensino. Para ser homem não basta nascer, é preciso também aprender, e a primeira coisa que a educação transmite a cada um dos seres pensantes é que não somos únicos e que precisamos interagir com outros seres. Por meio da educação não nascemos para o mundo mas para o tempo. A função do ensino esta enraizada na condição humana que acabamos sendo obrigados a admitir que qualquer um pode ensinar, e o ensino se dá por todas as partes e por partes do todo. A disciplina da liberdade; todo ensino implica uma certa forma de coação de lutas entre vontades, nenhuma criança quer aprender aquilo que lhe dê trabalho para assimilar e que lhe roube o tempo precioso que ele deseja dedicar a seus brinquedos, e não temos dúvida de que é isto que acontece nos primeiros anos de qualquer tipo de ensino, em outro sentido a educação responde antes aos interesses dos educadores do que dos educandos, ledo engano, pois, Platão em sua República diz:?não haverá pois querido amigo, que empregar a força para a educação das crianças; muito pelo contrário, dever-se-á ensiná-las brincando, para também chegar a conhecer melhor as inclinações naturais de cada uma.
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