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A Fronteira Da Normalidade
(Rui Almeida Branco .)

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Um microcosmos cheio de tabus, muito complicado para a percepção
de pessoas ditas normais, é o de um grande hospital ,em regime de
internamento, para as patologias da mente. Eu, que sempre me tinha
considerado inexpugnável em matérias de maleitas mentais, por ser
optimista, auto- confiante, culto e vivido, cái aos 50 anos de idade em
intensa depressão, após um negócio de montantes substanciais, que me
correu muito mal!
Porque tive a sobranceria ou preconceitos para compreender mal a
verdadeira dimensão da minha doença, não atalhei a tempo, e deixei-me
arrastar em percurso muito penoso,caricato por vezes, até uma tentativa
de suicídio por ingestão propositadamente excessiva de fármacos. No dia
2 de Agosto de 2006, fui internado num grande hospital. Embora muito
deprimido, mantinha intactas as minhas qualidades intelectuais, o meu
discernimento e aminha capacidade de análise. Verifiquei que a
população que iria ser o meu convívio por longos tempos,eram doentes
mentais de matizes e graus muito diferenciados. Concluí que todo o ser
humano, mesmo os chamados de tolos ou imbecis pelo senso comum,
comunicam, são tendencialmente gregários, e denotam traços distintivos
de personalidade.Para matar o ócio ,ou para demonstrar a mim próprio de
que ainda era capaz de uma obra intelectual completa, em cima do
acontecimento, por empirismo directo e imediato, comecei a escrever um
livro sem premeditações, ao sabor das vivências e dos estados de
espírito.
Afinal tinha ali, ao alcance da minha mão e da minha sensibilidade, um
horizonte de análise, por paradoxo simultâneamente dramático , cruel,
ternurento e ás vezes divertido! Aprendi que a normalidade e a
anormalidade não são separadas por fronteiras fixas ou definíveis,
interpenetram-se com dinâmicas nada racionalizáveis, coexistindo.
Constatei que num mundo de stress, incertezas, precariedades, com
lacunas e hiatos afectivos, as doenças do foro psicológico vão ser uma
praga em desenvolvimento exponencial, neste século que debuta.
Verifiquei que não há super homens, e humanizei-me perante as
fragilidades do bicho homem, a maior parte das vezes egocêntrico,
preocupado, instável, consumista, sem a interiorização do conceito de
ser vivo supra animal, parte integrante do universo e da natureza! Por
último comecei a soletrar a palavra solidariedade. Espero poder vir a
lê-la bem, porque a fraternidade não se faz! Pratica-se! Gostava muito
que lessem o meu livro Eu gosto dele...lFeito por um doente, leigo, sem
pretensões científicas, ele reflecte melhor as vivências no núcleo, sem
encenações nem preparações prévias.Nesse sentido é original!



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