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Galantes Memórias E Admiráveis Aventuras Do Virtuoso Conselheiros Gomes, O Chalaça.
(José Roberto Torero Fernandes Júnior)

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O livro, narrado em primeira pessoa, conta a história do amigo e conselheiro de Dom Pedro I, Francisco Gomes da Silva. Em suas 226 páginas, passeamos pela história do Brasil e caçoamos de momentos que por anos foram tratados com sisudez. Como o grito às margens do Ipiranga, que segundo o autor foi antecedido e ensejado por uma baita caganeira que acometeu soldados, o conselheiro e o próprio imperador na volta de uma viagem à Vila de Santos. O capitulo 30 que narra o episódio, recebeu ironicamente o seguinte título: Que Trata do Regresso da Viagem a Santos e de Grandes Obras que Naquele Percurso se Fizeram.
Chalaça (que significa troça, zombaria) é um sujeito orientado por um aguçado instinto de autopreservação, que o faz moldar-se à história do Brasil de modo a garantir seu bem estar. Assim, após muito puxar o saco do imperador, Francisco Gomes participa da declaração da independência do país, escreve a primeira constituição brasileira, e não se constrange em tornar sua esposa a viúva do imperador.
Cínico, cria em suas próprias mentiras, a ponto de fingir amar uma viúva sexagenária arquitetando um golpe. Amoral, não titubeava em dar pauladas em seus adversários para compeli-los a sua vontade ou à vontade do imperador. Inteligente, simplificava o mundo de modo que pudesse caber em seus objetivos.
Não tinha coração o Chalaça. Mulheres eram-lhe seres estranhos dotados de seios fartos, coxas firmes e na falta desses dotes, uma boa quantia de dinheiro também ganhava sua atenção. Consciente de que essas duas coisas acabavam logo, o prazer com as mulheres e o dinheiro, Chalaça via sua felicidade num bom título: ?Um barão será sempre um barão, mesmo que não seja rico e que não vença mais a gravidade?.
O barbeiro que trabalhava na rua do piolho, no Rio de Janeiro, conheceu Dom Pedro no bar da Corneta. Ganhou a atenção do imperador após desfazer com muita esperteza e diplomacia um desentendido durante um ritual chamado cantar de desafios. Trata-se de um jogo de ofensas rimadas, parecido com o repente nordestino, ou o rap americano, onde os cantores se ofendem mutuamente, levando a platéia ao riso. Numa noite, um amigo de Chalaça achando lidar com um simples freqüentador do bar, caçoa do então príncipe, Dom Pedro. A discórdia estava armada. Mas chalaça conseguiu acalmar os ânimos com muito humor e bom senso. Nunca mais sairia da barra da saia do novo amigo.
Muitos dirão que Chalaça é um personagem menor, um anti-herói, pois lhe falta coragem, altruísmo, honra etc. Entretanto, justiça seja feita, é um personagem deliciosamente controverso, um reflexo fiel do Brasil atual, com a diferença de que o Brasil do autor trata seus defeitos com menos conservadorismo e mais humor. Francisco Gomes realmente existiu, o autor preencheu as lacunas históricas com muita imaginação. O livro teve sete versões. Ganhou em 1995, o prêmio Jabuti. E fez o jornalista José Roberto Torero Fernandes Júnior pensar com seriedade na careira de escritor. Mais um ponto para o Chalaça. Atualmente, o autor possui 14 obras publicadas.



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