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Edith Sondergran:vida E Obra
(Francisco Martins)

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EDITH SÖDERGRAN - VIDA E OBRA
Filha de pais finlandeses e nascida na cidade de São Petersburgo a 4 de abril de 1892, seu pai Matts Södergran, um engenheiro que viajara quase toda Europa setentrional antes de se instalar na antiga capital do império russo, São Petersburgo. Helena, a mãe, uma mulher educada e refinada, tinha muito interesse pela literatura. Quando Edith contava poucos meses de idade, seus pais mudaram-se para Raviola, um povoado finlandês no ístimo de Corélia. Aos 11 anos começa a estudar na escola alemã para meninas da capital russa - Deutsche Schulez St. Petri, onde uma geração antes havia estudado entre eles a escritora Lou Andrés-Salomé. São Petersburgo, naquela época, era a 4ª maior cidade da Europa, ficando atrás somente de Paris, Londres e Berlim, e ostentava a monarquia Csarista, e a escola refletia este ambiente, e o foco dos ensinos era as línguas modernas, e, Edith aprendeu muito bem francês, alemão, inglês e russo. Neste período, ela já dava muita importância e ênfase a formação estética: em seus anuários da escola está registrado várias visitas ao Ermitage e outros museus de artes e também concertos e recitais escolares.
Entre os 14 e 16 anos Edith Sodergran escrevera mais de 200 poemas, a maioria em alemão e alguns em francês, um em russo e uns vinte em sueco, a língua materna. Porém, eram os poemas escritos na língua alemã que liberava em Edith o desejo de expansão e libertação do ambiente familiar. Seus poemas revelam uma forte influência de Heine, nostalgia e imagens de amor romântico, muito motivados pela paixão que nutria por seu professor de francês e outros pela paixão secreta por uma colega da mesma idade. Em 1909, ela receberia um diagnóstico de tuberculose, e deparara-se frente-a-frente com a morte.Nesse período, revelam-se em seus poemas, depressão, desalento e desejo de morte. A partir daí, praticamente, abandona os escritos em alemão e passa a fazê-los em sueco. Nos seus poemas em alemão, a poetisa primava pela expansão da liberdade, enquanto seus poemas escritos em sueco significava um retorno à infância, a proteção materna. No ano de 1916, seu primeiro volume de poesias - Dikter[poemas], foram publicados. Eram poemas diretos, concisos que dispensava a métrica e com fortes inspirações nos poetas modernos como Rimbaud e Whitman. No primeiro poema do volume, Jag Säg ett Träd[Eu vi uma Árvore] a autora lança três enígmas e uma conclusão fatal:
POEMA
Eu vi uma árvore maior que todas as outras,
Cheia de pinhas inacessíveis;
Vi uma grande igreja de portas abertas
e todos os que dela saíam eram pálidos e fortes, e prontos para morrer;

Vi uma mulher maquiada que sorria e jogava dados a sua sorte, e vi que ela perdeu.
Havia um círculo desenhado ao redor que ninguém ultrapassava.
Com este poema, ela demarca desde o princípio o seu universo poético como frustação, decepção amorosa e medo da morte, universo esse que é delimitado pelo círculo do destino, do qual ninguém escapa. Já a mulher maquiada do poema é a própria autora, de volta a sua estada na Suíça, cheia de esperanças e felicidades. A grande árvore com suas pinhas inacessíveis - representava os símbolos fálicos, evoca o desejo, o surgimento de uma nova geração e a vontade de ser mãe. A imprensa local demonstrou muito pouco interesse por sua obra, enquanto a de Helsink até elogiou seu trabalho. A obra insinuava uma ruptura decisiva com as convenções tradicionais. Em 1917, os bolcheviques tomaram o poder na rússia e, da noite para o dia, ela e sua mãe perdem a pensão, seus rendimentos financeiros. A família passou a viver em pobreza e contando somente com a venda dos móveis da propriedade. As condições precarias e o caos social aliados a perda dos meios de sobrevivência, tiveram impacto na obra literária de Edith Sodergran. Septemberlyran [A Lira de Setembro], poemas que exaltam a beleza; a força primitiva do ser humano e o seu poder transformador. A repercussão foi negativa, chegando a autora a ser acusada de megalomaníaca.Mesmo em ambiente desfavorável, ela publicou mais dois volumes de poesias: Rosenantaret [O Altar de Rosas, 1919], e Framtidens Skugga [A Sombra do futuro, 1920]. O último volume, Landet som Iacke är [A Terra que não É] foi publicado postumamente em 1925. O final de sua vida foi de extrema pobreza. Alimentava-se apenas de pães feitos em casa com farinha de trigo de qualidade inferior. A poetisa faleceu em 24 de janeiro de 1924, e até o ano de 2002, nenhuma de suas obras tinham tradução no Brasil.[Francisco Martins]



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