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O Inominável
(Samuel Beckett)

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A história é uma dissertação, apenas de relativa coerência, de um ser com formas aparentemente humanas que coloca questões sobre si msmo e sobre o lugar que rodeia a sua existência, sem pouco mais conseguir, do que vagas hipóteses e novas perguntas. Com frequência este ser refere-se aos seus próprios órgãos e partes do corpo sem chegar a qualquer conclusão clara sobre quais dessas existem mesmo e quais não existem, e o mesmo se passa, sobre as características daquilo que o rodeia que é descrito como obscuridade e silêncio, ainda que às vezes se fale da existência de vozes. Nada mais ou alguém aparecem na história. Nada interrompe o monólogo do ser: ??sou isso e não outra coisa, sim, qualquer coisa, outra coisa qualquer, uma coisa muda, num lugar duro, vazio, fechado, seco, limpo, negro, onde nada se move, nada fala e que escuto, e olho, e busco, como um animal nascido numa jaula de animais nascidos em jaulas de animais nascidos em jaulas de animais nascidos em jaulas de animais??
Ainda que o ser dúvida que tenha boca, sente-se obrigado a falar (ou mais do que falar, parece referir-se ao pensar, à sua necessidade de constantemente pensar) e existem inumeráveis e confusas referências a diversos personagens ? sobretudo aos chamados de Mahood y Worm, assim como aos protagonistas de outros romances de Beckett: Murphy, Molloy, Malone ? que parecem ter algo de si mesmo, ou inclusive ser ele mesmo em certos momentos, embora noutros, o dissertador descarte até a própria existência destes outros seres.
A única evolução que se percebe no desenrolar desta história é um certo cansaço da personagem do monologo, que a partir de um certo ponto começa a falar com mais insistência da impossibilidade de conhecer o que se apresenta e afirma que deve deixar de procurar. O mais parecido com uma conclusão que esta dissertação alcança, é que as lembranças que o ser crê ter tido e que o impulsionaram a que colocasse questões foram na realidade inventadas por ele mesmo. Outra ideia que parece surgir nas últimas páginas do romance é a sensação de que o seu fim está próximo.
A história é definitivamente uma ilustração do solipsismo filosófico (segundo a Real Academia: Forma radical de subjectivismo segundo a qual, só existe ou só pode ser conhecido o próprio eu). Beckett é um seguidor de Descartes com a diferença de que elimina a ideia de Deus, perdendo por isso qualquer possibilidade de admitir como real, qualquer produto da experiência sensorial.



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