Cultura E Sociedade No Brasil Colonia
(Junia Ferreira Furtado)
CULTURA E SOCIEDADE NO BRASIL COLÔNIA O projeto colonizador ibérico tornou-se num ponto de transmissão de valores e formas de ver e compreender o mundo, os colonos se esforçavam para adotar os modos de vestir, de alimentar, enfim sua vida social teria que parecer com a da metrópole, mesmo assim os materiais ali dispostos lembravam a esses colonos que eles eram antes de tudo, súditos do império. O interesse de Estado e o individual sempre estiveram juntos na política do império português. A colônia era o ponto de identificação cultural, desde as construções, leis que se estendiam até aos senhores de engenhos. A diferença era vista por toda parte, os dois mundos se distanciavam e com os portugueses, festas, monumentos, religião tentavam uma aproximação. A Inquisição tentou igualar a fé e os ritos católicos na colônia, prendendo os transgressores da fé e enviando-os ao tribunal de Lisboa, o que não acabou com o sincretismo religioso. Muitos padres se juntaram na evangelização, os franciscanos, beneditinos, dominicanos e os jesuítas, em ordens que tinham uma estrutura independentemente do Estado, difíceis de ser controladas. As festas tornavam públicas as diferenças sociais, representavam diretamente a sociedade ou eram expressões das classes populares, como a dos escravos. A forma de vestir identificava de forma hierárquica o papel de cada um, que era diferenciado por galões de ouro, chapéus e botas com lisos dourados ou outros distintivos. As tentativas de mudanças, inclusive com punições de morte, não mudaram os costumes, foram formadas famílias ilegítimas que podiam ser duradouras ou só faziam crescer o numero de órfãos e enjeitados. O casamento era resistido ainda, mesmo com os dotes moças, os colonos só queriam fazer riqueza, não queriam compromissos. As grandes migrações se faziam pelas condições econômicas desfavoráveis, as pessoas casadas eram preferidas para o trabalho, por uma permanência mais segura. Os interesses econômicos podiam resultar em casamento também, a incorporação de bens com regras e condições para a legitimação do casamento ficava cara, então muitos não se casavam por falta de dinheiro. Os interesses dos senhores eram mantidos também com o casamento dos escravos, diminuindo as fugas e outros. Os naufrágios eram freqüentes e atrapalhavam o comércio. A necessidade de ampliação e melhoria das estradas se fazia de acordo com o povoamento, que a medida que crescia o número de pessoas, crescia também os conflitos, no que as autoridades controlavam a venda de bebidas e pólvora, a vigilância sobre os homens e as mercadorias dependia das estradas onde se fixavam destacamento militares para o controle da entrada e saída de mercadorias e homens, daí a necessidade de serem bem conservadas. O temor às emboscadas era constante. Epidemias como a varíola ou bexiga mataram tantas pessoas, que enterradas às pressas em covas rasas, causavam a invasão de parasitas, surgindo doenças desconhecidas . A água que causava doenças também podia trazer a cura, como lagoas com águas curadoras, a medicina era cheia de práticas e crenças religiosas mágicas. A alimentação era origem de muitas doenças também. As crianças eram batizadas novas, o que marcava sua entrada para a religião católica, sendo forçosamente convertidos, a Igreja monopolizava os ritos religiosos. A educação era feita a maioria na comunidade e pelas pessoas mais velhas, a educação formal se fez nas ordens religiosas que tinham uma pedagogia própria, um prolongamento da catequese. A mulher não podia acumular conhecimentos, o máximo costurar, fazer rendas. O padre Luia Verney revolucionou com suas idéias de que se deveria aprender outras coisas, não só ler e escrever. Assim cresceu o numero de professores. Os negros tinham uma educação informal, aprendiam um ofício e o idioma português, tornando-se ladinos. Os rituais fúnebres retratavam a sociedade. Portanto, a mistura de raças trouxe a diversidade cultural que predomina ainda hoje em nosso país. BIBLIOGRAFIA FURTADO, Júnia Ferreira. Cultura e sociedade no Brasil Colônia. Atual: São Paulo, 2001.
Resumos Relacionados
- Opressão Da Mulher - Parte 1
- O Trabalho Dos JesuÍtas
- Brasil Colônia: Atividades Auxiliares & Organização Social
- Educação ConstruÍda Pelos Padres Da Companhia De Jesus
- O Nascimento Do Comércio
|
|