Spzn - 30 Anos De Sindicalismo Responsável
(Nelson Soares; Laércio Fidalgo)
Trinta e um anos após a constituição do Sindicato dos Professores da Zona Norte (SPZN), o primeiro sindicato livre de professores portugueses, esta obra apresenta, tanto por palavras como por imagens, os momentos e os principais actores que têm contribuído para o sucesso, não de um sindicalismo agarrado aos arquétipos da Revolução Industrial, mas de um modelo que privilegia o diálogo. De um sindicalismo de negociação e proposta, em detrimento de uma actividade sindical próxima da exigida na época dos «Tempos Modernos», de Charles Chaplin. Hoje, é já difícil explicar, em toda a sua amplitude, o Portugal de há 30 anos. Uma época em que raras famílias não tinham alguém a combater em África, o serviço militar durava quatro anos, a expressão pública de opiniões contra o regime e contra a guerra era severamente reprimida pelos aparelhos censório e policial, os partidos e movimentos políticos eram proibidos, as prisões políticas repletas, os líderes oposicionistas exilados, os sindicatos fortemente controlados, a greve interdita, o despedimento facilitado e a vida cultural apertadamente vigiada. Por isso, ainda que o calendário diga o contrário, a Primavera para os professores portugueses, formadores da mente livre, nasce em Abril, com a revolução do dia 25. Firmemente decidida a aproveitar o momento de libertação, como revela este livro, a classe docente iniciou, com o Sindicato dos Professores da Zona Norte (SPZN), no dia 30 daquele mês de 1974, uma dinâmica de organização e afirmação da sua vontade de unidade e coesão. E liberta de novas formas de totalitarismo. A luta contra a lei da unicidade sindical e contra as várias tentativas de colocar o SPZN ao serviço das teses do Partido Comunista; as batalhas pelo reconhecimento dos sindicatos como interlocutores únicos na negociação das condições de trabalho dos professores; o combate ao desemprego, por um sistema transparente de concursos, pela dignificação da carreira docente, pela melhoria da qualificação dos professores, pelo alargamento dos quadros e pelo fim da instabilidade profissional, configuram apenas alguns dos exemplos, apresentados no livro, do esforço de dirigentes e sócios do SPZN em prol de um sindicalismo democrático, livre, solidário e independente. E com um só objectivo: dignificar o papel do professor na sociedade portuguesa. Desde a fundação, no SPZN, todos sabem que há reivindicações a fazer, propostas a apresentar, compromissos a honrar. E sobretudo desafios a ganhar. Se houvesse de resumir em duas palavras o seu percurso, as palavras eram: sindicalismo responsável. Se noutras tantas palavras quiséssemos sintetizar o que o SPZN sempre tentou evitar, essas expressões seriam, então: desacertos e imprudências. 30 anos de sindicalismo responsável é, assim, a entrada num universo que privilegia uma forma diferente de reivindicar, assente em valores como democracia, liberdade, solidariedade, independência e negociação.
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