Sol Para Quartos Mofados
(JOE ROSA)
Escreva o seu resumo aqui.SOL PARA QUARTOS MOFADOS JOE ROSA Depois do romance ?O Gosto Amargo da Cereja?, onde Joe Rosa aborda, com o devido senso de humor, a paranóia causada pelo medo da aids, ele aparece com esse no romance ?Sol para Quartos Mofados?. Se no primeiro toda a paranóia do personagem tem como combustível a fragilidade de seu casamento que teme desmoronar caso a doença se confirme, nesse, não existe qualquer fragilidade nas relações. Aqui os casamentos são duradouros. São como aqueles velhos discos de vinil que guardamos bem acondicionados e com limpezas periódicas. Só tem um porém: sua música não toca mais.. Não pense o leitor que passará incólume por achar que seu caso não passa pela torpeza característica desses charcos amorosos. Fique atento porque o bolor conjugal é tratado nas suas filigranas. Não há cenas de humilhação, espancamentos, traições, nada disso. O mofo, às vezes, nem é sentido pela aparência, mas pelo cheiro. E então? O que é melhor? A relação frágil, delicada, que carece constantes reparos, ou a sólida, o enlace com nó de marinheiro que não desata nem por decreto? Ainda bem que o livro não responde a essa questão, pois não é e nem pretende ser guia sentimental, apenas uma abordagem cômica de nossas trágicas alianças. Era verão e, para uma família em férias de escola e trabalho, tudo levava a crer que saíam em viagem para algum balneário. A própria manhã ensolarada reforçava essa idéia. Mas não, eles viajariam três horas para uma visita compulsória à casa do velho senador Aristides, viúvo de noventa anos, pai de Ari. Embora a idade avançada, o velho mantinha toda a lucidez. Estava fora da vida pública havia dez anos, mas foram tantos os mandatos que jamais deixaria de ser o senador. Não era sem razão que alguns dos filhos, cinco ao todo, achavam meio sem propósito que o velho chamasse a todos para a leitura de seu testamento. Aliás, a convocação chegou assinada também pelo advogado, deixando bem claro que o não comparecimento implicaria na exclusão da herança. Lógico, não faltou entre os filhos quem duvidasse da validade daquele documento. Mas se o velho senador usara de tal recurso, é porque fazia muita questão da presença de todos. E naquela manhã de sexta feira os filhos, cônjuges e netos saíram para visitar o velho patriarca. É nesse clima que o velho patriarca reúne todos os seus filhos, noras e genros para uma suposta leitura de seu testamento, que, aliás, haveria a leitura, mas isso foi só um pretexto que ele arranjou para reunir todos numa mesma ocasião. Depois de chegar à provecta idade de noventa anos o velho senador faz uma revisão de toda a sua vida e percebe o quanto falhara como pai e como marido. Agora queria passar essa visão para os filhos e tentar, quem sabe, alerta-los para que não incorressem nos mesmos erros que cometera. Só pelos pensamentos e convicções tardias do senador, o leitor há percebe que Joe Rosa não pretende dar à trama ares de seriedade. O velho, imbuído de premissas freudianas, está convicto que só o sexo pode segurar uma relação de maneira saudável. Sexo regular e prazeroso, diga- se de passagem. Para abrir os olhos dos filhos, das filhas, dos genros e noras, ele contrata uma bela e sensual garota de programa que é apresentada como sua enfermeira e três rapazes apolíneos, também de programas, apresentados como copeiros. O leitor já pode imaginar qual é a real intenção do velho, isso mesmo, esses insólitos profissionais terão a tarefa de seduzir os convidados. E por incrível que possa parecer, o velho logra sucesso, tanto da trama em si, quanto nos resultados positivos de seu método nada ortodoxo. Depois de resolvida a questão entre o senador e os seus, Joe Rossa, quase que numa metalinguagem entra na história na pele de um jornalista que pretende descobrir o paradeiro da estonteante Lucinha, a garota de programa que o senador Aristides contratara para seduzir filhos e genros. Sob o subtítulo de ?Por onde andou Lucinha??, o autor sai a procura dessa misteriosa mulher. Depois de dar- se por vencido diante de todos os fracasso em sua inglória busca, o jornalista resolve tirar férias e vai para uma isolada praia no litoral norte numa vila de pescadores. E o destino quis que ele encontrasse Lucinha. Ao mostrar, despretensiosamente, a única foto que tinha de Lucinha para um pescador já bastante embriagado em um bar, esse reconheceu a mulher da foto e disse tratar- se da Irmã Madalena. Não acreditando no velho, mostrou a foto para o dono do bar que estava sóbrio e esse confirmou as palavras do pescador. E Lucinha tinha, realmente, se transformado em Irmã Madalena e abrira uma entidade filantrópica junto com outras antigas colegas de profissão: ?Congregação das Irmãs de Madalena?, era o nome da entidade. Lucinha, então, depois de ser encontrada e vendo que o jornalista não desistiria de ouvir sua história, passa a narrar tudo que lhe acontecera depois da morte do senador Aristides. Nesse ponto o romance vira um triller policial, onde Lucinha cai nas garras de uma viúva vingativa cujo marido morrera em pleno ato sexual com a divina loura. Estupro, mortes e fuga permeiam sua narrativa com o inesperado desfecho.
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