O Fiel E A Pedra
(OSMAN LINS)
Escreva o seu resumo aqui.O FIEL E A PEDRA Osman Lins O Fiel e a Pedra é o terceiro livro do pernambucano de Santo Antão Osman Lins que até então tinha publicado o romance de estréia ?O Visitante? e o livro de contos ?Os Gestos?. Escrito em 1960 ?O Fiel e a Pedra? pode ser considerado um divisor de águas na obra de Osman Lins, pois seu próximo livro, ?Nove Novena? uma coletânea de contos foge a qualquer coisa que até então tinha se produzida na literatura brasileira, onde o experimentalismo só não foi levado o limite, porque depois dele vem o romance ?Avalovara?. Nesse romance o autor se entrega a uma radical experiência na estrutura do romance, levando o leitor a um tremendo esforço para atingir suas páginas finais, tão diferente e experimental é sua estrutura de narrativa. O Fiel e a Pedra conta a história de Bernardo e seu inquebrantável censo de justiça e dignidade. Depois de deixar o emprego de agente fiscal num posto da prefeitura da Vitória, cidade rural nordestina, Bernardo sente o desprezo da vizinhança porque todos acham que ele deixou o emprego por soberba, quando na verdade, o motivo foi por não compactuar com os desvios de arrecadação que vinham acontecendo no posto. Para recomeçar sua vida precisa de dinheiro, mas não acha quem o empreste. Não bastasse a falta de dinheiro, morre seu único filho que mal atingira os sete anos de idade. Seu consolo é a esposa Teresa que o apóia incondicionalmente em suas decisões, mesmo quando essas possam acarretar em perda material. Mas essa mesma Teresa é outra fonte de angústia para Bernardo que se culpa por tê-la desposado e não poder lhe dar o conforto que merece. Miguel Benício, um rico comerciante na cidade e dono de engenho descobre que seu homem de confiança no engenho lhe rouba e manda-o embora. Sabendo da situação de Bernardo, lhe oferece a gerência do engenho e lhe franquia a terra do Surrão, local onde fica o engenho, para que ele possa plantar, criar uns bichos e, assim, ir refazendo a vida aos poucos. Bernardo aceita a oferta e sob os protestos da sogra leva Teresa para o Surrão onde tem uma grande casa com vários cômodos e uma venda para suprir o vilarejo e trabalhadores do engenho em suas necessidades básicas. Bernardo leva também Antônio Chá, para lhe auxiliar na labuta. Esse, um negro ainda jovem, devota todo respeito e admiração para com Bernardo a quem chama de padrinho. Antônio chá com seu bacamarte sempre carregado ?de prego a relógio?, como ele costumava dizer é o personagem que dá um pouco de leveza à tensa história de Bernardo. As coisas iam bem no surrão até que Miguel Benício descobre que sua esposa o trai. Chamou Bernardo à cidade e lhe propôs a falsa venda de todo o seu patrimônio até que se separasse da mulher, pois não queria deixar que ela ficasse com nada. Depois da separação a falsa transação seria desfeita. Bernardo se recusa a participar da tramóia e Miguel teve que recorrer ao seu irmão mais novo Nestor Benício, homem sem escrúpulos e ambicioso. Bernardo previu, sem fazer comentários, que Nestor, assim que estivesse de posse dos bens do irmão, daria cabo em sua vida, fazendo assim com que a transação se perpetuasse. Previsão cumprida, agora Bernardo tem outro patrão e esse, além de não nutrir por ele a mesma afeição do irmão, é obcecado em lhe dobrar a altivez e o inferno se estabelece na vida de Bernardo e Teresa que fica grávida de outro filho. É nessa tensão que a história se desenrola até o confronto final entre esses dois homens, Bernardo e Nestor. Um acha que o grande tesouro de um homem é seu caráter e consciência tranqüila, o outro pensa que o dinheiro compra qualquer coisa, inclusive a dignidade de qualquer um. Diferente dos demais romances de cunho regionalistas que procuram a todo momento realçar costumes e folclores da região, O Fiel e a Pedra, mesmo tratando-se de uma história localizzada na zona rural do nordeste, é um romance explicitamente universal. Indiferente da região em que vive a alma humana é a mesma, deixa claro o autor. Os leitores que apreciam as tramas intricadas e cheias de ação, podem se frustrar com esse romance. Nas palavras de Massaud Moisés, comentando o livro, ?O Fiel e a Pedra é romance escrito para ser degustado aos poucos, num lento processo de avaliação e empatia...?. Há que se referir, também, a linguagem com que o autor trata o livro. Em vez de se deixar seduzir pelo coloquialismo fácil, ao gosto de tantos, Osman Lins usa uma linguagem limpa, lavrada com ferramentas precisa, resultando numa obra acabada, pronta a suportar todos os ventos com seus modismos temporários.
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