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Do Inferno
(Alan Moore)

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O que poderia ser mais um enredo de história
policial se transforma nas mãos do roteirista Alan Moore, e do
desenhista Eddie Campbell, numa forma de desmascaramento do dominio
masculino, patriarcal, sobre o feminino, matrilinear.

Segundo a versão de Moore, Jack, o estripador, é um
famoso médico da corte inglesa, do final do seculo XIX, William Gull, o
terrivel algoz dessa história. As vítimas são mulheres. Sempre
prostitutas, mortas num ritual macabro, cuja simbologia o proprio Jack
faz questão de explicar para seu cocheiro, enquanto celebra os
obeliscos ditos fálicos de sua cidade, numa sequência de tirar o fôlego.
Para jack, no auge de sua paranóia, o feminino é uma
ameaça ao poder do macho, enquanto fundamento da sociedade. Para
afastar o perigo de dissolução dos valores patriarcais, o médico
particular da rainha, inicia uma série de assassinatos, retalhando
mulheres, arrancando seus órgãos, com precisão cirúrgica, e os
organizando de acordo com sua crença.

Sim, crença. Jack faz parte de uma sociedade
secreta, a maçonaria, de muito poder econômico e, portanto, político.
Embora tenha começado os rituais para evitar que uma filha bastarda do
principe fosse descoberta e ameaçasse a coroa, ele prosseguiu matando.
Assim que seus excessos foram descobertos pelos outros membros, estes
tentaram fazer vista grossa para seus crimes, até que a situação
tornou-se arriscada demais para todos, e Jack foi silenciado.

O inspetor de polícia, Abberline, começa a
investigar os crimes, atordoado com a brutalidade do assassino,
acompanha caso a caso, mas chega sempre depois. Enquanto isso, sentimos
pelas vítimas que nos foram apresentadas levando suas vidas, se virando
como podiam pelas ruas de londres, em meio a pobreza.

É interessante notar que a loucura do médico é
racionalizada por ele, que encontra com facilidade as causas, e os
efeitos, de seus atos. É tudo justificado como algo inevitável, para
quem quer vencer uma batalha entre forças invisíveis, sozinho, e ser
lembrado, eternamente, pela posteridade.

Mas Jack tem uma surpreendente visão do futuro. Em
seus delírios, ele enxerga repartições cheias de pessoas sentadas, em
frente a computadores, apáticas, quase que inanimadas. Isso causa
profundo desgosto ao medico louco, que se pergunta o porque de tanto
esforço, se o resultado seria aquela decepcionante realidade.



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