The Da Vinci Code
(Dan Brown)
Um estranho sentimento de vazio. Esse é o sentido que me passa após delinear a vasta estória sobre o
Código de Da Vinci. Escaramuças partidárias para mais esconder do que propriamente revelar, ministrando a conta-gotas aquilo que muito provavelmente, outros livros poderão de fato resolver, se é que alguém irá se dispor a fazer, ou mesmo, ter a liberdade para tanto. Esse sentido de vazio por não ter respostas, por deixar extensas lacunas sobre o que de fato é verídico e aquilo que é fantasia, em muito se assemelham aos grandes e obscuros fatos que desapareceram com as inúmeras civilizações antigas e que tão poucos conseguem entender ou mesmo desvendar essa tênue linha de conhecimento.
A genialidade de Da Vinci é fantástica e promissora de inumeráveis reviravoltas, ainda mais pelo tempo que viveu e pelos arquétipos políticos e religiosos de sua época. Desvendar mistérios é sempre interessante, mas o livro não expõe tantos assim e muitas perguntam estão ainda sem respostas.
Nessa vertente de procura o que mais fica interessante é a aglutinação de forças daqueles que realmente estão interessados em desvendar esses e tantos outros mistérios que acompanham nossa civilização contra aqueles que por uma determinação ferrenha colocam todos os obstáculos possíveis para que esse mesmos mistérios sejam mantidos e encerrados na mais profunda ignorância. Faz lebra frase colhida de outro livro, onde a ignorância deve ser mantida para que se mantenha o medo, fiel da balança de todas as crenças. É pelo medo que todas as igrejas que mantém forte. O livro não quer desmistificar ninguém, mas isso não é sempre muito bem compreendido. Ter a racionalização da fé ou a manutenção do espectro místico que cerca o homem desde a alvorada dos tempos. Esse, no meu entender, é o aspecto mais pertinente, mostrando essa dualidade de forças, e a busca em saber.
Fica o prazer de um texto bem escrito.
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