O Grande Gatsby
(F. Scott Fitzgerald)
No romance O Grande Gatsby, de F. Scott Fitzgerald, o dinheiro, o poder e a estabilidade são sinónimos de felicidade, aos olhos de Jay Gatsby. A felicidade é a sua meta, o seu desejo final; mas essa visão, esse sonho é distorcido pela sua ignorância e pela corrupção da sociedade em que se insere. Por cinco anos Gatsby sonhou com a perfeição, vislumbrando a sua beleza, a luz pálida que transmitiria para toda eternidade, ignorante às realidades que lhe penetraram cada pensamento ou acção. Gatsby quis Daisy, a pequena flor perfeita esperando ser colhida por um homem, o homem certo, um homem que poderia fornecer a estabilidade financeira e a segurança de que ela necessitava. Daisy recebeu não o que quis, pois também queria Gatsby, mas o que, ou quem, merecia, alguém justamente como si própria: Rico, manipulador e egoísta. Parece como se nada jamais terminasse como devia: O sonho de Gatsby foi destruído por Tom e por Daisy pois estes destruíram tudo e todos para depois se esconderem por detrás do dinheiro, negando qualquer responsabilidade pelos seus actos. Daisy recebeu o que mereceu, tal como Gatsby ao olhar tão cegamente para essa luz verde sem nunca ter compreendido que procurava alcançar o inalcançável. Desperdiçou a sua vida num sonho que nunca se realizaria, abrigando o que restava do seu passado, incapaz de ver a falha no seu futuro, na Daisy, em tudo, até que foi tarde demais. Nick, como Gatsby, teve um sonho, ou pelo menos a aparência de um, que julgava verdadeiro e correcto; por isso se mudou para a zona de West Egg, para seguir esse sonho num novo mundo de mudança e oportunidade. Ele ?comprou dúzias de volumes recorrendo à banca e ao crédito?isso ficou?em vermelho e dourado, como dinheiro novo saído da Casa da Moeda, prometendo desvelar os segredos brilhantes que apenas Midas, Morgan e Maecenas sabiam.? Gatsby também tinha estes livros, teve tudo, mas ter tudo, os livros, a casa, as festas, não significava nada para os que o rodeavam, eles eram somente outra fachada para atrair a única coisa que ele realmente queria, quando simultaneamente sempre soube que ficaria sozinho. Gatsby permaneceu preso no seu sonho, engolido pela majestade, a beleza e a perfeição que procurou em Margarida. Nick pensou ter visto o mesmo em Jordan, mas a sua beleza e o seu ?sorriso insolente? não eram mais do que gestos espúrios destinados a iludir e enganar quem anda ao seu redor. Ao contrário de Gatsby, Nick via através da máscara, para a mulher dentro dela. Gatsby não quis Daisy, ele quis a ideia dela, uma flor, uma margarida, ele queria somente o que todos os outros queriam; apaixonou-se pelo sonho e preferiu ignorar a realidade. A maioria nunca recebe o que verdadeiramente quer, mas sim o que merece. Wilson quis que a sua esposa o amasse, o acarinha-se, que permanecesse com ele, mas era demasiado cego para ver que ela nunca poderia cumprir esses deveres, mesmo como sua esposa. Pedia um coração partido, assim como Gatsby pedia a decepção que encontrou na verdade. Somos o que queremos. Tom e Daisy, independentemente de quanto horríveis podiam ser como casal, eram perfeitos um para o outro, cada um era uma reflexão do outro. Já Gatsby e Daisy eram inteiramente diferentes um do outro: um vivendo no passado, o outro no presente, um com nada a perder, o outro com tudo perder. Não importava quanto dinheiro ele tivesse, quantos festas pródigas promovia, ele nunca seria o homem de que ela necessitava, ele nunca a teria, tal como jamais alcançaria essa luz verde, esse sonho inalcançável.
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