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Vendetta! Vingança Italiana.
(Cassiano Ribeiro Santos)

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Pesquisando sobre um antigo costume dos camponeses italianos, a ?vendetta? ou vingança de sangue, li que se tratava de guerras entre famílias começando por um crime, sua retaliação feita por um parente da vítima que mata um parente do assassino; por sua vez, um membro da primeira família mata alguém da outra ad náusea... Esse costume macabro também ocorre no nordeste do Brasil, sendo o mais famoso o caso de duas famílias de nome ignóbil na cidade de Exu, em Pernambuco. Na Itália de outrora, os membros de uma família vitimada, na iminência de vingar um defunto ainda quente, praticavam um curioso ritual, uma dança fúnebre conhecida como Tarantella. Nesta dança, os virtuais vingadores imitavam os movimentos de uma tarântula. Símbolo do ressentimento, esta aranha, quando tem os seus ovos devorados por outra, inocula seu virulento veneno no primeiro exemplar da sua espécie que lhe aparece (não sei como Charles Darwin explicaria este fenômeno uma vez que estas agressões intra-específicas inibem a expansão da espécie e não existe, que se saiba, tribunal de paz entre as aranhas). Ao mimar os movimentos deste vingativo animal, os camponeses italianos buscavam produzir em seus corpos transidos uma intensidade, um viático que os transportassem ao reino obscuro da natureza animal, um entorpecente que os levassem a cometer a sangue-frio tais assassinatos. Em uma fita de vídeo, no centro de pesquisas, vejo as cenas desta dança, os passos insanos e os gestos expressivos. Escuto a música embriagante. Em casa, por toda a madrugada, exercito esta dança envolvente com ridícula competência, seus movimentos simples, de efeitos catatônicos, mas, por não ter nenhum inimigo carnal, não realizo nenhuma vingança e vou dormir em um estranho estado de fúria medonha que tentei descarregar sobre a minha última lasanha. No outro dia, saindo para devolver o livro e o vídeo emprestados, sinto um comichão nas costas me incomodando durante todo o percurso. Descubro sobre os rins uma ardente placa muito semelhante as ?carícias de uma aranha?. A minha estúpida dança teria atraído alguma tarântula urbana? Duvido, pois durmo enfaixado nos lençóis feito uma múmia gorda e branca. Seria um sintoma de outra doença manifesta por coincidência, uma intoxicação alimentar como acreditou o farmacêutico, ou poderia o nosso corpo alquímico e ainda desconhecido segregar algum veneno - no meu caso, não expelido ? como acontecia entre os camponeses italianos?


Estou em um penhasco em alto mar. Uma borrasca que me molhava até os ossos castigava o oceano. Devia ser ao entardecer, pois sobre as nuvens pesadas e escuras brilhava uma luz difusa e agonizante. As ondas sopradas pelo vento cresciam e ganhavam formas de mãos humanas, algumas tinham garras feitas com a espuma das cristas e caíam sobre os penhascos como palmadas de um urso brincalhão. No choque com as pedras, as garras estiolavam-se em gotas iridescentes no ritmo cromático de uma sinfonia wagneriana e o medo então, cedia lugar a incompreensíveis sensações.


O pai do pai do meu pai, quando estava em apuros, ia até uma floresta, acendia uma fogueira e orava uma prece; em breve uma solução dos problemas emergia em seu pensamento. O pai do meu pai, quando em apuros, ia até esta floresta e acendia uma fogueira; não se lembrava mais da prece, mesmo assim seus problemas encontravam uma solução. O meu pai, em situação semelhante, ia até a floresta. Não sabia a prece, não sabia acender uma fogueira. Ficava dando voltas no mesmo lugar e logo as soluções brotavam no seu pensamento. Eu, quando em apuros, não conheço a prece, não sei acender a fogueira, nem a floresta existe mais...!Mas eu ainda sei contar a história!

Quando olhamos o sol ou a lua, estando estes astros próximos ao horizonte, eles nos aparentam ser bem maiores do que o são quando vistos no alto do céu. Não se trata de uma ilusão causada pela atmosfera ou pela posição relativa como somos levados a crer naturalmente. Basta olhar estes astros através de um canudo ou luneta (sem lentes, é claro), para vê-los em seu tamanho original. A ilusão é causada pela presença, no campo visual, do horizonte ou de marcos a ele referidos como montanhas, árvores e prédios. O afunilamento da nossa visão, que a percepção do horizonte provoca, tende a dilatar os objetos percebidos na proporção direta da distancia presumida. Quanto mais longe, maior, seria um axioma da lógica visual e que talvez explique por que os obstáculos se revelam tão pequenos quando os encaramos de perto!



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