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Rumo A Estação Finlandia
(Edmundo Wilson)

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Rumo à Estação FinlândiaTo The Finland Station: in the Writing and Acting of History
(1940) foi pensado quando Edmund Wilson caminhava tranqüilamente pelas
ruas de Nova York em 1934. Lhe ocorreu que nem o marxismo e tampouco a
teoria moderna da história haviam sido expostos de modo compreensível.
O título foi inspirado em To the Lighthouse (1927) de Virginia Woolf. A
primeira parte do livro trata da vida e dos textos históricos de Jules
Michelet, Ernest Renan, Hippolyte Taine e Anatole France. A segunda
parte cobre o desenvolvimento das teorias socialistas na França,
Inglaterra, Estados Unidos e Alemanha: François Babeuf, Saint-Simon,
François Fournier, Robert Owen , Prosper Enfantin, Ferdinand Lassalle,
Michael Bakunin, Karl Marx e Engels. A terceira parte que trata sobre a
dialética, discute as personalidades revolucionárias de Lenin e
trotski. Wilson demonstra, com a Revolução Russa, como as idéias se
convertem em ação e prova que tal evento não foi apenas histórico, mas
também intelectual. Edmund baseou-se em fontes secundárias para conceber To The Finland Station. Fundamentais foram os livros: Marx, Lenin and the Science of Revolution (1926), de Max Eastman; From Hegel To Marx (1936), de Sidney Hook; Michael Bakunin (1937), de E. H. Carr. Com
vasta experiência em descrições psicológicas e dramas existenciais, não
foi difícil a Wilson ir fundo em seus personagens históricos para
revelar detalhes significativos de suas vidas, sofrimentos terríveis e
até situações esdrúxulas quando narra San-Simon recusando-se a receber
um conhecido, aos 85 anos, porque dizia que iria perder a linha de
raciocínio.Marx é apresentado em toda a sua grandeza
intelectual, mas também em seu sofrimento familiar por conta da penúria
material em que vivia.Do ponto de vista histórico-filosófico, To The Finland Station
abre mais espaço para Michelet do que para Hegel. Este sim a verdadeira
fonte de inspiração de muitos movimentos revolucionários do século XIX
e XX, quando baseados no racionalismo e no Iluminismo. O autor
respondeu dizendo que tinha verdadeiro horror por idéias abstratas e
que detestava o idealismo alemão.Wilson
levou seis anos escrevendo o livro. Neste interím, ele mudou a sua
visão da Rússia, de uma posição mais romântica para algo mais realista.
Contribuíram para essa mudança as farsas dos julgamentos de Moscou e o
papel que Stalin jogou na Guerra Civil Espanhola.Mesmo assim,
porém, Wilson pemaneceu fiel a sua visão romântica de Lenin. Todavia
ele conseguiu separar o seu artífice da obra. A Rússia então lhe
parecia uma terra de tirania, opressão, assassinatos e derramamento de
sangue. Lenin foi tido como o exemplar raro da espécie humana que
coloca à frente de seus intereses individuais os sofrimentos da
humanidade. Foi o altruísmo de Lenin que provocou a revolução Russa,
numa clara motivação psicológica que tenta explicar porque homens e
mulheres, inteligentes e competentes, abandonam tudo em prol de um
ideal.Mais
tarde, em 1971, quando escreveu um novo prefácio para o livro, Wilson
fez mea-culpa e admitiu que não havia notado a continuidade histórica
entre a velha e a nova Rússia. Não havia hiato ou tampouco ruptura
profunda. A nova Rússia seguiu sendo opressiva, manteve a censura,
polícia secreta, burocracia incompetente e uma brutal autocracia.O
livro tentou captar a atmosfera romântica dos ideais revolucionários,
porém, mais tarde, ele próprio observou o paradoxo quando se deparou
com a autocracia de Stalin. Wilson não concluiu, todavia, com a prova
histórica na frente, que as idéias revolucionárias têm um destino
trágico. Ele preferiu concluir o livro com Lenin chegando à Russia e as
idéias revolucionárias e romanticas fervilhando e motivando homens e
mulheres modernos a mudarem as suas vidas.Para muitos criticos
de Wilson, a tese do livro veio a público (1940) num momento errado.
Stalin fazia o pacto de não-agressão com Hitler; e a invasão alemã que
jogou a Rússia na guerra. Enquanto Wilson publicava o livro, a
Alemanha, Italia e Japão assinaram acordos econômicos e militares, a
Itália triunfava na Líbia, a França fracassava na tentativa de ocupar
Dakar e Londres estava completamente bombardeada. Os românticos
herdeiros da revolução que Wilson enaltecia, limitavam-se a observar os
nazistas invadir, ocupar e massacrar a maior parte da europa.No
Brasil, o livro apareceu em 1986. Teve um sucesso estrondoso, mas não
parece que seus leitores tivessem dado conta das incongruências entre a
celebração dos ideais românticos e revolucionários e a realidade
opressiva dos regimes políticos e sociais inspirados em tais ideais.Somente
em 1989, com a Queda do Muro de Berlim, que tais contradições
produziram reflexões intelectuais mais realistas sobre os destinos
trágicos dos ideais revolucionários. Wilson tinha um conhecimento
estupendo, era o tipo do intelectual sobre o qual se poderia dizer que
havia lido tudo. Sem dúvida, essa sua caracteristica contribuiu para
que To The Finland Station se tornasse um clássico já em seu nascedouro.



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