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Honestino "o Bom Da Amizade É A Não Cobrança"
(Maria Rosa Leite Monteiro)

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HONESTINO MONTEIRO GUIMARÃES



Quando o
primogênito do casal Benedito Monteiro e Maria Rosa Leite nasceu, resolveram
homenagear um tio de Benedito Monteiro que se chamava Honestino Monteiro
Guimarães. O Honestino Monteiro Guimarães, tio avô, é aquele homenageado com
nome de rua no setor Campinas. Nascido
em Itaberaí em 1876 e falecido na cidade de Campinas em 1931. Na cidade de
Campinas, hoje bairro de Goiânia, foi intendente (prefeito), deputado estadual.
Mas antes escreveu para vários jornais
do Estado de Goiás, onde participou de sua vida cultural.

Já o sobrinho nasceu no dia 28/03/1947, em
Itaberaí, onde morou até os 13 anos de idade, quando mudou para Brasília. Desde
pequeno foi influenciado pelo pai, Sr. Dito Monteiro, que era professor de
educação física, fundou o Grupo de Escoteiros em Itaberaí, foi operador do
cinema, tabelião do Cartório, poeta e artista plástico. Politicamente foi mais
influenciado pelo pai, que o incentivava a ler; lia muito, tanto o pai quanto o
filho, este desde pequeno. O pai tinha
idéias socialistas e dizia que o filho iria estudar na União Soviética. A
família de Guimarães tinha um nível cultural e educacional acima da média para
aquela época.

Em Brasília,
este jovem torna um líder estudantil, e em 1965 é aprovado em primeiro lugar no
vestibular para geologia na UNB. Foi presidente da F.E.U.B- Federação
Estudantil da Universidade de Brasília e é preso por várias vezes, por
pichações , manifestações e discursos inflamados contra os militares golpistas de 1964. Em outubro de 1967, a UNB é invadida
pelos militares que não respeitaram uma área inviolável, uma Universidade, o
alvo era prender Honestino, e em uma verdadeira ação de guerra, depois de um
tiroteio, um estudante atirado na cabeça, conseguem o levar preso.

Não foi só Honestino
que foi preso e torturado, seus irmãos também foram presos, torturados e
perseguidos. Quando passavam em concursos, não assumiam, mesmo quando aprovados
em primeiro lugar, só porque eram irmãos de Honestino.

E aquele estudante aprovado em primeiro lugar
no vestibular, faltando dois meses para se formar em geologia, é expulso desta
Universidade.

13 de dezembro
de 1968 foi instituído o AI ?5, Honestino inicia sua vida de clandestinidade e
4 dias após seu pai morre em acidente automobilístico. Honestino não veio ao
velório, se tivesse vindo teria sido preso e o local estava todo cercado por
policiais com o objetivo de prendê-lo.

Em 1968, antes
do AI-5, Honestino e Isaura Botelho se casam por procuração, e ela segue com
ele para a clandestinidade. Viviam escondidos, um dia em uma casa, outro dia em
outra, sempre em barracões de fundo em casa de amigos. Teve o apoio de
entidades religiosas, políticas e pessoas importantes como D. Paulo Evaristo
Arns e o pai de Chico Buarque.

Durante esse
tempo ele sobreviveu com ajuda de amigos, de entidades, lecionava, escrevia
artigos de economia para jornais com nomes que jornalistas amigos emprestavam a
ele.

Em 1970 nasce em São Paulo, Juliana
Botelho Guimarães, filha de Honestino e Isaura.

Antes de 1968,
e durante os 5 anos de clandestinidade Honestino foi militante da AP (Ação
Popular), essa também foi uma das atividades dele quando esteve em São Paulo e Rio de
Janeiro.

No inicio a AP
tinha como proposta, lutar por uma sociedade justa, condenando tanto o
capitalismo quanto os países socialistas existentes. Seu maior peso estava na
área estudantil (UNE), e também em meios operários, rurais e outros.

Depois a AP
modifica, passando a se caracterizar como uma organização maoísta típica, mas
não chegou a envolver-se em ações de guerrilha.

No meio
estudantil e mesmo dentro da AP, Honestino teve divergências, mas foi um homem
de diálogo, de ouvir as bases, um democrata que queria uma revolução através da
conscientização, era contra as guerrilhas e cujas únicas armas eram as palavras
no discurso.

Em 1971 com as
dificuldades da clandestinidade, com a mulher e filha fugindo quase todos os
dias, sua expectativa para uma revolução estourar a qualquer hora, seu
casamento chega ao fim e a filha Juliana vem morar com a avó em Brasília.

Nos últimos
anos, ele foi visitado varias vezes pela mãe e pelos irmãos, tanto em São Paulo como no Rio de
Janeiro. A família arrumou um passaporte falso para ele fugir do país, mas não
quis , preferiu continuar lutando por suas causas, por um ideal a luta pela
causa do povo.

Em 1973 o
cerco começa a fechar, e ele é ameaçado de morte várias vezes, então ele redige
um Mandado de Segurança Popular. Antes mesmo de terminar o texto, no dia 10 de
outubro de 1973, Honestino é preso numa rua do Rio de Janeiro.

Depois de
preso, no dia 10 de outubro de 1973, não tiveram mais notícias de Guimarães, só
boatos, como o de 1974 que ele estava morto. O mais provável é que depois de
sofrer severas torturas, não resistiu. Ele sempre afirmava que não entregaria
nenhum companheiro, estava se preparando para resistir às torturas e preparado
até mesmo para a morte.

Até hoje Honestino é
lembrado, é homenageado, aqui mesmo em Itaberaí, sua cidade natal tem um
colégio com o seu nome, em Goiânia, a Praça Universitária, por projeto de lei
se chama Praça Honestino Guimarães e é homenageado por todo o Brasil.



? Ainda que nos prendam, ainda que nos matem,
mesmo assim voltaremos e seremos milhões?.
?Guimarães?



?O Governo Militar não se preocupava com a
miséria, a fome, desemprego e corrupção, mas gastava forças, homens e recursos
financeiros para prender estudantes, invadir Universidades. Prender estudantes
que não tinham vícios, que não tinham pegado em armas, eram estudiosos e amantes da causa dos
necessitados. Era crime gritar pelos pobres, por justiça, liberdade e democracia ?
E centenas de jovens foram torturados e mortos, atos estes que fugiam
totalmente das normas de nossa Constituição e da dignidade humana.? (Maria Rosa
Leite Monteiro ? Mãe de Honestino)



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