BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


Todas As Festas Felizes Demais
(Fábio Danesi Rossi)

Publicidade
O conto está na moda. Ou melhor, a narrativa curta. São duas coisas distintas, apesar de o leitor ser, muitas vezes, induzido ao erro. O conto é diferente da história curta e também é diferente da crônica. Mas parece que tudo virou um grande balaio de gato. É pena.
Em Todas as Festas Felizes Demais (Barracuda), o estreante Fábio Danesi Rossi comete o pecadilho de trocar alhos com bugalhos, na confusão que se tornou a tal da narrativa curta. A ficha bibliográfica diz que são contos. Mas muitos dos textos contidos no livro são crônicas. Demérito? Digamos que é apenas uma prosa indecisa entre uma coisa e outra, e que por isso mesmo se define com um neologismo: côntricos.
Os textos giram em torno de situações cotidianas, daí a proximidade maior com a crônica, ainda que este seja um gênero que muitos preferem restringir à prosa que se faz nos jornais. Quando se afastam da efemeridade própria deste gênero e parecem alcançar a dimensão etérea do conto, as narrativas de Todas as Festas Felizes Demais se fecham - daí a aproximação com as histórias curtas de tradição anglo-saxã. De conto mesmo há muito pouco.
Mas isso importa pouco. Como cartão de visitas, o livro é bastante competente. Mostra um escritor com domínio da palavra e, sobretudo, com a volúpia do chiste. É raro ver no Brasil escritores que prezem pelo aforismo, ainda mais nas novas gerações. Rossi também não peca como os seus contemporâneos, que optam por uma linguagem mais relaxada. Pelo contrário, a prosa de Rossi é enxuta e coloquial, mas elegante.
Há, ainda, nos textos de Todas as Festas Felizes Demais, um certo pendor para uma linguagem lúdica, mesmo quando a temática do texto em questão é soturna. O contraste é bastante interessante, ainda que careça de um suporte mais consistente. Há potencial no artifício. São mesmo poucos os escritores que, antes do trinta, possam ser considerados prontos. Ainda que muitos deles queiram para si o título de gênios.
Por tudo isso, o livro de estréia do escritor é leitura agradável, mas não fácil. Há acidez de sobra nos textos. E humor, mas um humor que nos deixa com o sorriso amarelo, inconfessável, da nossa pateticidade.



Resumos Relacionados


- O VÔo Da ImaginaÇÃo

- Gêneros Literários

- A Lei De Herodes

- Relatos Escolhidos

- Estrutura Da Novela



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia