A Perfeição - Análise
(Chesh)
Livro: A Perfeição Autor: José Maria Eça de Queirós Comentário: Ulisses viveu angustiado durante os sete anos em que viveu na ilha. Tinha uma Deusa que o amava, mas que se privava de sentimentos, era capaz de controlar os seus desejos. Ulisses (aqui colocado como uma personagem tipo do Homem em geral) não consegue ser subjugado à indiferença e ausência de sentimentos. Por oposição, um ser perfeito é um ser conformista, pois não tem defeitos, apenas virtudes. Para alguém imperfeito como o Homem, a perfeição só por si é um defeito, pois não existe uma relação de complementaridade que lhe seja benéfica ? apenas o atormenta.Antes da partida, Calipso questiona-se se Ulisses também sentiria esta angústia se não tivesse motivos para partir (a sua mulher Penélope e o filho Telémaco). Ulisses garante que mesmo sem motivos, ele afrontaria a ira dos Deuses, pois aquela vida não é capaz de saciar os desejos dele, a liberdade do seu coração que o atormenta e impele a fugir da ilha.O Homem é um ser incompleto: com virtudes, mas defeitos, consciente, mas incerto e inseguro. O Homem é uma criação da natureza, a qual é também imperfeita ? basta pensar na vida e na morte, inevitáveis a qualquer ser natural. Logo, não só o mundo a que ele está acostumado a viver ? o mundo real e natural - é imperfeito, como também ele próprio, tendo sido criado por esse mundo, é incompleto. Portanto, é inconcebível o Homem adaptar-se a algo que não faz parte da sua essência ? a perfeição ? e daí deriva a angústia que Ulisses vivera na ilha de Calipso. O bem e o mal coexistem no Homem e a privação de um ou de outro só apelam à revolta e ao inconformismo.
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