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O Silêncio
(Sophia de Mello Breyner Andresen)

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Sophia de Mello Breyner Andresen nasceu a 6 de Novembro de 1919 no Porto, filha de uma família aristocrática de descendência dinamarquesa. Aos 12 anos começa a escrever os primeiros poemas. Um dos seus períodos jovens mais férteis de produção poética passou-se entre os 16 anos e os 23. Em 1936 ingressa na Faculdade de Letras de Lisboa, no curso de Filologia Clássica, que não chega a completar. Apesar de não ter tido uma actividade político-partidária muito activa, sempre lutou pelas causas da liberdade e da justiça. Chegou mesmo a pertencer à Comissão Nacional de Apoio aos Presos Políticos antes do 25 de Abril.Publicou obras durante toda a sua vida, as quais abrangiam várias temáticas, designadamente a poesia, o conto, o ensaio e a tradução. Morreu a 2 de Julho de 2004.

Resumo: Joana estava tranquilamente a fazer os seus deveres rotineiros caseiros. Assim que acaba as suas tarefas, sente a sua alma tão limpa e ordenada como a sua casa. Sente uma felicidade interior tão grande que não consegue conter e, à medida que vai percorrendo e contemplando solitariamente a sua casa, o Silêncio vai-se apoderando das coisas, embelezando-as e dignificando-as. Tudo à sua volta desperta ordem, alegria e encanto e, à medida que ela admira os objectos que a rodeiam, vai absorvendo todos esses sentimentos positivos unindo-os num só ? a felicidade. É esta felicidade que a liga às coisas, que faz delas uma parte de si, que constitui uma ponte entre a sua alma e a alma das coisas. Esta ligação proporciona uma relação simbiótica entre a realidade e a imaginação de Joana, em que tudo beneficia e nada é desagradável ou destruidor. Foi durante toda esta interminável tranquilidade que Joana ouviu um grito vindo da rua. Era um grito que carregava consigo uma força destruidora imensa, que erradicava tudo aquilo que se lhe metia à frente, e que procurava ultrapassar os confins do Universo. Procurava alcançar alguém. Parecia que os gritos tinham um propósito, e que este nada mais poderia ser senão o de acordar alguém, quem quer que fosse. Os gritos repetiam-se sucessivamente, cada vez mais desoladores e caóticos. O mundo perfeito em que Joana se encontrava estava a ser demolido como um castelo de cartas; todo o Silêncio que outrora pairava sobre a sua alma tinha-se desvanecido e, com ele, também a sua felicidade interior e beleza exterior. O mundo agora parecia-lhe um agregado de matéria disforme, incaracterística, completamente desprovida de beleza e ordem. A mulher cessou, finalmente, de gritar. Um homem que se encontrava com ela pediu-lhe para se irem embora, e esta, que tinha acalmado, acabou por consentir.



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