Os Lusíadas
(Luís de Camões)
Indicado por muitos críticos como a obra iniciadora do idioma português atual, Os Lusíadas de Luís de Camões (1524-1580) põe-se como o início da epopéia portuguesa. Terminado em 1572, o livro é composto por dez cantos, totalizando 8.816 versos, todos eles com estrutura fixa: duas rimas em três versos (entrecruzando-se) e uma nos dois versos finais de cada estrofe composta de oito versos (chama-se ?oitava real?). O livro é dividido em cinco partes. A primeira parte chama-se ?proposição?, na qual o cantor do poema irá nos contar sobre o propósito do livro. No caso, o canto do ?ilustre peito lusitano?, nos mares, e seus feitos, bem como narrar a História de Portugal. A segunda parte denomina-se ?invocação?, na qual o poema invoca as ninfas do rio Tejo (famoso rio de Portugal) para que o auxilie no canto: ?Dai-me agora um som alto e sublimado/Um estilo grandíloco e corrente.? A terceira parte chama-se ?dedicatória?, na qual ele dedica ?Os Lusíadas? ao rei D. Sebastião, até hoje fonte de lendas em Portugal. A quarta parte chama-se ?narração?, na qual Camões iniciará o canto efetivo do poema já em alto mar. Depois contornarem a África, os navegantes irão, aportados, contar a História de Portugal bem como o início da viagem. Por fim, a quinta parte chama-se ?epílogo?, no qual Camões prevê o início da decadência de Portugal. É de se notar que, precisamente em 1580, Portugal cai em domínio espanhol, na consagrada União Ibérica. Uma mistura de mitologia pagã (grega e romana) com cristianismo, o épico conseguiu manter uma unidade entre os dois, mesmo em época tão atribulada quanto o século XVI. Alguns episódios ficaram famosos no livro, como o ?Concílio dos Deuses?, no qual os deuses gregos se reúnem para discutir a empresa que os portugueses pretendem. Júpiter e Vênus pronunciam-se a favor, enquanto Baco é contra. ?Inês de Castro?, a rainha coroada depois de morta, paixão de D. Pedro. Até hoje, o túmulo dela está virado para o do rei para que, quando despertassem para o Juízo Final, a primeira coisa que eles olhariam seriam a si mesmos. O ?Velho do Restelo? é um episódio de tom pessimista: o velho critica e questiona a saída ao mar dos portugueses, chamando-lhes a atenção para os problemas internos. O ?Gigante Adamastor? personifica o Cabo das Tormentas, vértice sul da África, traduzindo a lenda de que o cabo era intransponível. Mais adiante, o episódio da ?Ilha dos Amores?, passado na Ilha de Lesbos, é a recompensa pelos portugueses terem efetivamente realizado o feito prometido; ainda ali, é mostrada a ?Máquina do Mundo? aos portugueses, máquina essa que mostraria como o mundo funciona. A obra é considerada clássico da literatura mundial e foi traduzida ao francês, ao alemão, ao espanhol etc. Recentemente, uma edição antiqüíssima d?Os Lúsiadas foi vendida por vários milhares de euros em leilão.
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