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Sagarana - 7prt
(anabordin)

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CEGO
NA LAGOA ? O narrador vai descendo por trilhas conhecidas, reconhecendo
árvores, identificando pássaros, até chegar finalmente à lagoa.
Senta-se e põe-se a observar o movimento dos bichos em perfeita
harmonia com a natureza. De repente, sem dor e sem explicação, ficou
cego. O desespero não veio de imediato. Aos poucos, foi concluindo que
estava distante, afastado de qualquer ser humano, impossibilitado de
voltar para casa. Resolveu gritar. Gritou repetidas vezes e só teve o
eco por resposta. Tentou, então, voltar tateando as árvores. Logo
percebeu que estava perdido, numa escuridão desesperadora. Já ferido
por espinhos invisíveis, machucado de quedas, chegou a chorar alto.
REZA
BRAVA ? Sem pensar, o narrador começou a bramir a reza-brava de São
Marcos. E sem entender o porquê, dizendo blasfêmias que a reza
continha, começou a correr dentro da mata, tangido por visões
terríveis. De repente, estava na casa de João Mangolô, tangido por uma
fúria incontrolável. E a voz do feiticeiro pedindo pelo amor de Deus
que não o matasse. os dois rolaram juntos para os fundos da casa. E de
repente, luz, muita luz. A visão voltava esplêndida. E o negro velho
tentando esconder alguma coisa atrás do jirau. Depois de levar alguns
sopapos, Mangolô mostrou um boneco. Mais alguns socos e o feiticeiro
explicou: não queria matar. Amarrara apenas uma tirinha de pano preto
nas vistas do boneco para o narrador passar uns tempos sem enxergar.
Tudo terminou em paz. Para garantir tranqüilidade, o narrador deu um
dinheiro a João Mangolô. era a garantia de que, agora, eram amigos.

7-Corpo fechado
DADOS TÉCNICOS
NARRATIVA ? Conto narrado na primeira pessoa. O narrador participa da história e tem visão limitada dos fatos que narra.
PERSONAGENS

Narrador: Médico morando num arraial do interior de Minas. Fez amizade com Manuel Fulô. Gostava de ouvir-lhe as conversas.
Manuel
Fulô: Sujeito pingadinho, quase menino, cara de bobo de fazenda, cabelo
preto, corrido. Não trabalhava. Gostava de moça, cachaça e conversa
fiada.
Beija-Flor: Besta ruana, de cruz preta no dorso, lisa, lustrosa, sábia e mansa ? mas só para o dono, Manuel Fulô.
Das Dor: Noiva de Manuel Fulô; moça pobre, mas muito bonita.
Targino: O valentão mais temido do lugar. Era magro, feio, de cara esverdeada. Dificilmente ria.
Antônio das Pedras-Águas: Era pedreiro, curandeiro e feiticeiro.
CENÁRIO ? Laginha, arraial monótono do interior de Minas Gerais.
RESUMO
AMIZADE
? A amizade do narrador com Manuel Fulô nasceu do nada. Solidificou-se
quando o narrador descobriu que Manuel comia cogumelo com carne. Manuel
Fulô gostava de moças, de cachaça e de conversa fiada.
BEIJA-FLOR
? Beija-Flor era o orgulho de Manuel Fulô. Mais que isso: era uma
espécie de complemento. Besta ruana, de cruz preta no dorso, lisa,
lustrosa, sábia e mansa ? mas só para o dono. Quando Manuel Fulô ficava
bêbado ? e isso acontecia todos os domingos ? atracava-se ao pescoço de
Beija-Flor, e a mula levava-o com todo o cuidado. Sabia abrir
porteiras.
VIVENDO
COM CIGANOS ? Manuel Fulô conta ao narrador que viveu uns tempos com
uns ciganos só para aprender alguns truques. Os ciganos gostavam dele
porque pensavam que ele era bobo de verdade. Com os ciganos, Manuel
Fulô aprendeu tudo sobre cavalos. Sabia transformar animal ruim em
bicho de valor em pouco tempo. Quando deixou os ciganos, passou a
ganhar dinheiro negociando com animais.
FREGUESIA
PERDIDA ? Manuel Fulô contou ao narrador como conseguiu, certa vez,
enganar os ciganos. Arranjou dois cavalos imprestáveis, preparou-os,
fez-lhe maquiagens para disfarçar defeitos e trocou-os por dois cavalos
bem melhores. Com isso, perdeu a freguesia. Ninguém quis mais negociar
com Manuel Fulô porque ele era capaz de enganar até ciganos.
AMEAÇA
DE TARGINO ? Uma noite, o narrador e Manuel Fulô estavam bebendo
cerveja na venda. De repente, entrou Targino e caminhou na direção dos
dois amigos. Pediu licença ao doutor: queria falar um particular a
Manuel Fulô. Pura formalidade, pois Targino falou bem alto, na porta da
venda, a três passos do narrador:
"?
Escuta, Mané Fulô: a coisa é que eu gostei da das Dor, e venho visitar
sua noiva, amanhã... Já mandei recado, avisando a ela... É um dia só,
depois vocês podem Se casar... Se você ficar quieto, não te faço
nada... Se não... ? E Targino, com o indicador da mão direita, deu um
tiro mímico no meu pobre amigo, rindo, rindo, com a gelidez de um
carrasco".
BUSCANDO
AJUDA ? Depois da ameaça, o doutor-narrador levou Manuel para a casa
dele (do doutor). Que fazer? O próprio Manuel não via saída. Targino
era valentão, ninguém podia com ele. No outro dia, enquanto Manuel
ainda se recupera do porre, o doutor saiu à procura de ajuda. Primeiro,
foi à casa do Coronel Melguério. O homem deu de ombros: se alguém
tivesse coragem de enfrentar o Targino... Depois, foi a vez do vigário:
prometeu rezar. De volta, o doutor encontrou a casa cheia: eram os
parentes de Manuel Fulô. Pediam ao doutor que não fizesse nada. O
correto era entregar para Deus. Maria das Dores estava sozinha com a
mãe, chamando pelo noivo.ANTÔNIO
FEITICEIRO ? Chamava-se Antonico das Pedras ou Antonico das Águas. Era
pedreiro, curandeiro e feiticeiro. No meio da aflição, foi ter à casa
do doutor. Ali, com ar de pressa, trancou-se no quarto com Manuel Fulô.
Um tempo depois, a porta abriu-se, e Manuel anunciou com cara de
defunto: entreguem a mula Beija-Flor para seu Antônio. O feiticeiro
pediu um prato fundo, brasas, linha e cachaça. Os apetrechos
apareceram, e os dois se trancaram no quarto.
Enquanto isso, Targino saiu à rua deserta e caminhava em direção à casa onde estava a Maria das Dores, a noiva ameaçada.



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