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Sagarana - 5prt
(anabordin)

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MORTE
PRÓXIMA ? Turíbio cansava-se à toa. Na parte da tarde, inchava as
pernas e os pés. Foi ao boticário que lhe deu vida até o próximo São
João. se piorasse, morreria pelo Natal. Diante de tal realidade, tomou
uma decisão: vender tudo que possuía e ir atrás de Turíbio; precisava
matá-lo antes de morrer.
MORTE
NO MOSQUITO ? No caminho, Turíbio piorou e teve que fazer alta no
Mosquito ? povoado perdido num cafundó de entremorro, longe de toda a
parte ? com três dúzias de casebres. Esteve mal, com respiração
difícil. Quando melhorou um pouquinho, "indagou se por ali não havia um
homem valente, capaz de encarregar-se de um caso assim, assim..."
Pagava até um conto de réis. Não havia. Nem no povoado, nem na
redondeza. Cassiano via o tempo passar, dia após dia, sentado à porta
de um casebre. A paisagem era triste.
VINTE-E-UM
? Um dia, Cassiano assistiu a um irmão grandalhão batendo noutro menor.
Chamou o menor, de apelido Timpim, e indagou-lhe o nome e por que ele
não reagia às pancadas do irmão. O nome verdadeiro era Antônio, e o
apelido oficial era Vinte-e-Um. É que a mãe dele tivera vinte e um
filhos, e ele foi o último. Não reagia às pancadas do irmão porque a
mãe lhe dissera que ele não levantasse a mão para irmão mais velho. E
todos eram mais velhos. Vinte e um era casado, e a mulher dele acabara
de ter criança. Cassiano deu-lhe dinheiro para comprar galinhas e
alimentara a esposa. No outro dia, Vinte-e-Um fez uma surpresa ao
doente: trouxe-lhe o filho para lhe tomar bênção. Cassiano ficou
emocionado e piorou. Um dia, quando Cassiano estava pior ainda,
Vinte-e-Um apareceu chorando: o filhinho estava muito doente, ele sem
recursos para socorrê-lo. Cassiano deu-lhe o dinheiro para trazer o
médico até a criança e comprar os remédios necessários. "Veio o médico;
veio o padre: Cassiano confessou-se, comungou, recebeu os santos óleos,
rezou, rezou". Sentindo que a morte já estava na porta, deu todo o
dinheiro que possuía para o compadre Vinte-e-Um (agora tratavam-se como
compadres). Logo depois, morreu e foi para o céu.
A
VOLTA DE TURÍBIO ? Por meio de uma carta da mulher, que o invocava para
o lar, Turíbio Todo ficou sabendo da morte de Cassiano. "Ele já tinha
ganhado uns bons cobres". Comprou mala e presentes, pôs um lenço verde
no pescoço para disfarçar o papo, calçou botas vermelhas de lustre e
veio de trem. Para perfazer o resto do caminho, alugou arranjou um
cavalo emprestado. No caminho, foi alcançado por um cavaleiro miúdo,
montando um cavalo magro. Via-se que os dois estavam em petição de
miséria. Depois de continuarem pela estrada, a miniatura de homem
perguntou se ele era mesmo o Turíbio Todo, seleiro de Vista-Alegre, que
estava vindo das estranjas. Turíbio confirmou. A viagem prosseguiu.
Turíbio falava da felicidade próxima: ver a mulher, levá-la para casa,
talvez levá-la para São Paulo. O caipirinha mostrava-se pessimista: não
valia a pena a gente alegrar-se.
A
MORTE ? De repente, no meio da estrada fechada, Turíbio levou um susto:
o capiauzinho falou com voz firme e diferente, segurando uma garrucha
velha de dois canos: "Seu Turíbio! Se apeie e reza, que agora eu vou
lhe matar!" Turíbio fez voz grossa, mas o caipira explicou: não ia
adiantar nada porque ele prometeu ao Compadre Cassiano, na horinha
mesmo de ele morrer. Turíbio tentou ganhar tempo, fez que ia rezar e
puxou o revólver. Mas a garrucha não falhou: foram dois tiros, um do
lado esquerdo da cara, outro no meio da testa. Turíbio caiu morto, e
Vinte-e-Um esporeou a montaria, tomando o caminho de volta.5-Minha gente
DADOS TÉCNICOS
NARRATIVA ? Conto narrado na primeira pessoa. O narrador participa da história; tem, pois, visão limitada dos fatos que narra.
PERSONAGENS

Narrador:
Homem da cidade em passeio pelas fazendas dos tios, no interior de
Minas Gerais. Gostava da prima Maria irma, mas casou-se com Armanda,
filha de uma fazendeira.
Santana: Companheiro nas andanças do narrador, temmania de jogar xadrez, mesmo quando estão andando a cavalo.
Tio Emílio:Tio do narrador; sofreu mudança radical depois que se meteu na política.
Maria
Irma: Uma das filhas de Tio Emílio; no passado, o narrador e ela foram
namorados de brincadeira. Tem cintura fina, olhos grandes, pretíssimos.
Passou alguns anos no internato.
Armanda: Filha de fazendeiros; estudou no Rio de Janeiro. Terminou casada com o narrador
Bento
Porfírio: Vaqueiro; gostava de pescar. Envolveu-se com uma prima casada
(de-Loudes) e terminou assassinado a foice pelo marido enciumado
(Alexandre).
CENÁRIO ? Fazenda Saco-do-Sumidouro (interior de Minas Gerais), do Tio Emílio, pai de Maria Irma.
RESUMO
CAMINHADA
PELO SERTÃO ? Caminham juntos, pelo sertão de Minas, a cavalo, o
narrador, Santana e José Malvino. O narrador é um observador apaixonado
das coisas do sertão: a paisagem, o céu, os pássaros, as árvores...
Tudo para ele merece elogios e observações. A viagem chega ao fim:
estão agora numa fazenda.
TIO
EMÍLIO ? Dois dias na fazenda, e o narrador achava tudo mudado. Mas
mudança de verdade notara no Tio Emílio: rejuvenescido, transfigurado.
Logo, o narrador descobriu o porquê da mudança: Tio Emílio estava
metido na política. Sempre atendendo aos pedidos do povo, a qualquer
hora, mesmo à noite.
CONVERSA
COM A PRIMA ? A prima Maria Irma, em conversa com o narrador, fez
questão de informar que estava quase noiva. O narrador quis saber de
quem, mas ela fez mistério.



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