Sagarana - 1prt 
(anabordin)
  
1 - O Burrinho pedrês   DADOS TÉCNICOS    NARRATIVA ? Conto narrado NA terceira pessoa. O narrador é, pois, onisciente, não participa DA história.    PERSONAGENS    1.   Sete-de-Ouros: animal miúdo e resignado, idoso, muito idoso, beiço   inferior caído. Outros nomes que tivera ao longo de anos e amos:   Brinquinho, Rolete, Chico-Chato e Capricho.    2.   Major Saulo: corpulento, quase obeso, olhos verdes. Só com o olhar   mandava um boi bravo se ir de castigo. Estava sempre rindo: riso   grosso, quando irado; riso fino, quando alegre; riso mudo, de normal.   Não sabia ler nem escrever, mas cada ano ia ganhando mais dinheiro,   comprando mais gado e terras.    3.   João Manico: vaqueiro pequeno que montou o burrinho Sete-de-Ouros na   ida. Na volta, trocou de montaria. Na hora de entrar na água, refugou,   alegando resfriado, e escapou da morte.    4.   Francolim: espécie de secretário DO Major Saulo, encarregado de pôr   ordem nos vaqueiros. Obedece cegamente às ordens do Major. Foi salvo,   na noite da enchente, pelo burrinho Sete-de-Ouros.    5. Raymundão: vaqueiro de confiança do Major Saulo. Enquanto tocam a boiada, vai contando a história do zebu Calundu.    6. Zé Grande: vai à frente da boiada, tocando o berrante.    7. Silvino: vaqueiro; perdeu a namorada para Badu e planejava matar o rival na volta, depois de deixarem a boiada no arraial.    CENÁRIO ? Fazenda da Tampa, do Major Saulo, no interior de Minas Gerais.    RESUMO    PREPARATIVOS   ? Na Fazenda da Tampa, do Major Saulo, os homens estão ultimando os   últimos preparativos para sair pelo sertão, tocando uma boiada de bois   de corte. O dia é de chuva, mas ela ainda não veio. Major Saulo ordena   que os homens preparem os animais. Por zebra, o burrinho Sete-de-Ouros,   presente ali na varanda da casa grande, também é escolhido para a   viagem. Para montá-lo, o Major escolheu o vaqueiro João Manico.    ZEBU   CALUNDU ? Raymundão conta a história do touro Calundu. Não batia em   gente a pé, mas gostava de correr atrás de cavaleiro. Certa vez, na   proteção de um grupo de vacas com seus bezerros novinhos, Calundu   enfrentou uma onça preta, amedrontando a fera e pondo-a para correr.   Certa feita, o touro Calundu matou Vadico, filho do fazendeiro Neco   Borges. O pai, vendo filho ensangüentado no chão, puxou o revólver para   matar o touro. Vadico, antes de morrer, pediu que o pai não matasse   Calundu. Neco Borges mandou o touro para outra fazenda para ser vendido   ou dado a alguém. Raymundão foi quem levou o bicho. O zebu ficou uma   noite apenas no curral. No outro dia, estava morto.    CÓRREGO   CHEIO ? Depois da chuva grossa, a boiada chegou ao córrego da Fome.   Estava cheio. A travessia era perigosa, e o Major Saulo pediu cautela.   Ali já morrera muita gente. Mas a travessia é feita sem perda. Até o   Sete-de-Ouros atravessou sem reclamar.    TROCA   ? Em determinado ponto do caminho, Major Saulo ordenou que Francolim   trocasse de montaria com João Manico. A ordem foi obedecida. Francolim   fez um pedido ao Major: que, na entrada do povoado, a troca fosse   desfeita. Não ficava bem para ele, encarregado do Major, ser visto   montado no burrinho Sete-de-Ouros.    BADU   E SILVINO ? Badu está na fazenda há apenas dois meses e já tomou a   namorada do Silvino. Por isso, os dois viraram inimigos, um querendo   prejudicar o outro. Francolim já avisou o major sobre o perigo de um   matar o outro. Raymundão acha que o caso não é para morte. A moça é   meio caolha. O casamento com Badu já está marcado. Raymundão, em prosa   com o Major, informou que Silvino vendeu umas quatro cabeças de gado   por preço abaixo do normal. Outra informação que veio do Francolim:   Silvino está com bagagem além do normal. O Major Saulo, antes da   chegada ao povoado, determinou que Francolim, na volta, vigie Silvino o   tempo todo. O Major está convencido de que Silvino já planejou a morte   de Badu.    CHEGADA   ? A chegada ao povoado foi uma festa. O povo, mesmo com a meia-chuva,   foi para o curral da estrada de ferro ver o embarque. Depois, osanimais ficaram descansando enquanto os vaqueiros andavam um pouco pelo   povoado.    PARTIDA   ? Na hora de ir embora, cada um pegou a sua montaria. Badu ficou por   último: estava bêbado e tinha ido comprar um presente para sua morena.   Por maldade, deixaram-lhe o burrinho Sete-de-Ouros. Na saída do   povoado, alguém vaiou: Badu era por demais grande para o burrinho   pedrês, os pés iam quase arrastando no chão. Já no fim do lugar,   Francolim estava parado no meio da estrada, esperando Badu.    NA   ESTRADA ? Francolim deixou Badu para trás e foi juntar-se ao grupo.   Queria mesmo era ficar de olho em Silvino. Os dois, Silvino e o irmão   Tote, iam bem na frente dos dois. Tote tentava dissuadir o mano para   não matar Badu. Mas Silvino estava determinado. Esperava apenas o   momento certo para fazer o serviço e cair no mundo.    HISTÓRIA   DE JOÃO MANICO ? João Manico, por insistência de todos, contou mais uma   vez a história da boiada que estourou à noite, quando o Major Saulo,   ainda novo, era tratado por Saulinho. No estouro, de madrugada, o gado   passou por cima dos dois vaqueiros que estavam de vigia. Deles, só   restou uma lama cor de sangue.    CÓRREGO   CHEIO ? Viajavam à noite. De repente, os cavalos empacaram,   pressentindo o mar de água. O córrego da Fome transbordara, inundando   tudo bem alem das margens. Todos aprovaram a idéia de esperar Badu e o   burrinho Sete-de-Ouros. Se o burro entrasse na água, todos o seguiriam.   É que burro não entra em lugar de onde não pode sair.               
 
  
 
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