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Vidas Secas - 1prt
(anabordin)

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Capítulo 1: Mudança
Os
sertanejos Fabiano, o pai, Sinhá Vitória, a mãe, os dois meninos,
acompanhados pela cachorra Baleia e o papagaio de estimação
atravessavam a Caatinga pernambucana.
Desalentados
pela seca, pelo sol forte, pela fome, pela sede, pelo cansaço de
existirem seguem arrastando seus mulambos por dentro dos leitos dos
rios esturricados. Procuram lugar, o menino mais novo acaba desmaiando
diante das tamanhas imposições da vida. Fabiano aperta-lhe com a
espingarda, com o facão, com as ameaças guturais, mas o excomungado não
se mexe. Fabiano, então se compadecem do filho ao ver os urubus fazendo
seus giros entre o sol e o chão esturricado. Carregou-o nas costas,
como um pacote; e seguiam. Agora mais vagarosamente, porém ele tinha
que seguir viagem. Era sua perseverança. Ele não sabia para onde ir,
mas tinha de prosseguir. A morte do papagaio, aquela noite, trouxe a
todos uma mistura de alegria trágica e tristeza esperançosa. Afinal,
era sempre assim, andavam sempre divididos. Divididos entre a perda e a
necessidade. Num dia de sorte, a cachorra baleia caçou um preá dos
bons. Aquela caça dava o tom da emoção e da salvação desses viventes.
Sinhá Vitória, como se beijasse, lambia o sangue do preá que escorria
pelas ventas da cachorra.
Capítulo 2: Fabiano
Os
infelizes chegaram, então, a uma fazenda abandonada e seca, em que
pouco vivo restava. Restos suficientes para alegrar a todos, sobretudo,
Fabiano, que, agora, sentia-se relaxado, sentia-se homem. Ou melhor, um
bicho. Sim, um bicho. Orgulhava-se, afinal que importava?! Eles estavam
vivos. E somente bichos poderiam sobreviver àquelas circunstâncias.
Fabiano orgulhava-se de ser um bicho. Um cabra. Cabra vivendo em terra
alheia, cuidando  de coisas alheias; ele entendia-se bem com a
natureza. Sua vida seca e difícil o reduzira à condição natural: era um
bicho, grugunhia como bicho, relacionava-se com a família como um bicho
e era feliz assim. Recordava-se de seu antigo patrão: seu Tomás da
bolandeira, homem culto, inteligente, só não sabia mandar. Imaginem, em
vez de mandar, pedia. Era um absurdo. Pedir?! Isso lá era jeito de
tratar empregado. Fabiano admirava seu Tomás, tentava imitá-lo no jeito
de falar, tentava imitar palavras difíceis de modo enrolado e
incompreensível, de qualquer maneira, pois eram muito melhores que seus
poucos bocejos.
Capítulo 3: Cadeia
O
dono da fazenda finalmente apareceu. Ainda bem, pois a fazenda estava
?cuidadinha?. Deu a Fabiano o cargo de capataz. Agora iriam viver.
Teriam até dinheiro.
Fabiano
foi então à vila para fazer feira com o dinheiro emprestado e para
vender um porco que matara. Porém, o fiscal do governo exigiu-lhe
imposto e o impediu de vender a carne.
Na
mercearia do seu Inácio, Fabiano acaba se envolvendo em um jogo de
cartas com o soldado amarelo. Perdeu o dinheiro. Sentindo-se desolado
diante da situação, retirou-se bruscamente do jogo. Como iria explicar
à família aquilo?!
O
soldado amarelo considerou aquilo uma ofensa, prendeu Fabiano, surrou-o
humilhantemente na cadeia. Durante a noite inteira, sua mente não se
acerta, fica confusa, uma mistura de revolta e desalento.
Capítulo 4: Sinhá Vitória
Sinhá
Vitória está desiludida, a situação do dia-a-dia piora cada vez mais.
seu sonho de ter uma cama de couro, como a do antigo patrão, Seu Tomás,
fica cada vez mais distante. Como conseguí-la? Gasta tempo tentando dar
alguma esperança ao sonho, mas a vida é mais forte. A miséria impõe-se
cada vez mais fortemente, já anda perdendo a paciência com os meninos,
com a Baleia, com o Fabiano. Tenta a todo custo manter o sonho, o sonho
de que um dia viverá com o mínimo de dignidade. Essa possibilidade de
que um dia tudo seria diferente já fazia a diferença. Por muitas vezes
ela sentia-se quase feliz.
Capítulo 5: O menino mais novo
O
menino mais novo sentia realmente afeto pelo pai. Queria, quando
adulto, ser vaqueiro como o pai. Não tinha nome, masisso não tem
importância, pois bicho não precisa de nome mesmo. Ficava imaginando o
dia em que poderia montar uma égua alazã e guiar o gado, ao lado do
pai, fazendo inveja para todos, até para o irmão mais velho.
Resolveu
exibir a sua vocação: saiu montado em um bode cavalgando, e lá se foi
para o fundo do barranco todo machucado, para as risadas do irmão mais
velho, para a repreensão no olhar da Baleia.
Capítulo 6: O menino mais velho
O
menino mais velho vivia observando o trabalho da mãe na cozinha. Sinhá
Vitória vivia reclamando da vida: ê inferno, sempre dizia. Inferno: a
palavra parecia tão carregada, cheia de sentido; o menino precisava
saber o seu significado. Perguntava à mãe, foi insistente, perturbador,
pois deixou a mãe numa situação muito difícil. A mãe não sabia
explicar-lhe. Sentiu-se limitada e indignada acabou descontando seu
desgosto no filho, que saiu humilhado e foi se consolar com sua fiel
amiga Baleia, que, no entanto, estava concentrada na cozinha, onde
sinhá Vitória preparava o osso com medula e até nacos de carne. Ele
estava só, impedido de saber, de ter alguém para dividir as suas
angústias.
Capítulo 7: Inverno
Com
o inverno chegaram as chuvas no sertão. Sentada ao redor do fogo, a
família se aquecia à noite. Conversavam continuamente sobre suas
miragens: um nordeste sem seca, a caatinga verde, rapadura para comer,
o gado gordo. Fabiano regatava-se. Mas mesmo a época de prosperidade
não afastava as preocupações de Sinhá Vitória. Preocupava-se, pois,
junto com as chuvas poderiam vir também as enchentes.



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