Um Feriado
(Belmira I. M. Claudio)
A tranquila e quieta tarde apenas vinha de se iniciar. Depois dos afazeres do almoço, Beatriz escutava com atenção o ruído da TV e muito distraída, fazia seu crochê. O barulho do trânsito não se fazia muito ouvir naquele dia cheio de sol. O avô saíra com as crianças para o passeio tanto prometido. O canário cantava alegremente uma de suas árias preferidas. os vasos de plantas do terraço agradeciam alegremente os cuidados dispensados. Floresciam e se embalavam ao passar da benfazeja brisa. Mas de repente, um vulto se move entre as plantas do jardim! - Quem está ali? Mas por onde entrou? O que é que deseja. A figura se materializara num jovem dos seus vinte anos. Tinha um aspecto franzino e um pouco famélico. - Entrei atrás do garoto que estava assustado, respondeu Beastriz. - Achei que ele ia roubar a casa da senhora, no feriado. Ele saltou a parede ali. Apontava uma parede um pouco baixa e que isolava a frente da casa. - Mas por onde você entrou? Ela não se conformava! Ia atrás dele feito sombra, enquanto ele voltava. O marido, assustado, aparece à janela. - O que foi? Ela, distraída, voltou-se. Enquanto isso, transformado em pequeno ponto de cinza, o intruso desapareceu no asfalto da avenida. Saudades... Ela lembrou da tia Carola naquela noite de inverno de início do século! Na escuridão e sentindo a presença de um estranho. Assustada, ela dissera: "Boa noite, seu ladrão!" E ele, correndo, desaparecera. Ela contava rindo muito. "E eu nem o ofereci um cafezinho". Mas, pensando bem, ela teve sorte! Era apenas um rapaz franzino e não trazia arma. As situações costumam se repetir, embora sejam outros os tempos em que a de violência é maior.
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