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A Cidade E As Serras - 2 Prt
(ana bordin)

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O
romance é escrito em primeira pessoa por José Fernandes, um personagem
secundário. O narrador centraliza seu interesse na figura de um certo Jacinto,
descrevendo-o como um homem extremamente forte e rico, que, embora tenha
nascido em Paris, no 202 dos Campos Elíseos, tem seus proventos recolhidos de
Portugal, onde a família possui extensas terras, desde os tempos de D. Dinis,
com plantações e produção de vinho, cortiça e oliveira, que lhe rendem bem. O
avô de Jacinto, também Jacinto, gordo e rico, a quem chamavam D. Galeão, era um
fanático miguelista. Quando D. Miguel deixou o poder, Jacinto Galeão exilou-se
voluntariamente em Paris, lá morrendo de indigestão. D. Angelina Fafes, após a
morte do marido, não regressou a Portugal, e, em Paris, criou seu filho, o
franzino e adoentado Cintinho que se casou com a filha de um desembargador,
nascendo desta união nosso protagonista.Desde pequeno Jacinto brilhara, quer
por sua inteligência, quer por sua capacidade. Aos 23 anos tornou-se um soberbo
rapaz, vestido impecavelmente, cabelos e bigodes bem tratados, e feliz da vida.
Tudo de melhor acontecia com ele, sendo chamado pelos companheiros de
"Príncipe da Grã-Ventura". Positivista animado, Jacinto defendia a
idéia de que "o homem só é superiormente feliz quando é superiormente
civilizado". A maior preocupação de Jacinto era defender a tese de que a
civilização é cidade grande, é máquina e progresso que chegavam através do
fonógrafo, do telefone cujos fios cortam milhares de ruas, barulhos de veículos,
multidões... Civilização é enxergar à frente. Com estes olhos que recebemos da
Madre Natureza, lestos e sãos, nós podemos apenas distinguir além, através da
Avenida, naquela loja, uma vidraça alumiada. Nada mais! Se eu porém aos meus
olhos juntar os dois vidros simples de um binóculo de corridas, percebo, por
trás da vidraça, presuntos, queijos, boiões de geléia e caixas de ameixa seca.
Concluo, portanto, que é uma mercearia. Obtive uma noção: tenho sobre ti, que
com os olhos desarmados vês só o luzir da vidraça, uma vantagem positiva. Se
agora, em vez destes vidros simples, eu usasse os de meu telescópio, de
composição mais científica, poderia avistar além, no planeta Marte, os mares,
as neves, os canais, o recorte dos golfos, toda a geografia de um astro que
circula a milhares de léguas dos Campos Elísios. É outra noção, e tremenda!
Tens aqui, pois, o olho primitivo, o da natureza, elevado pela Civilização à
sua máxima potência da visão. E desde já, pelo lado do olho, portanto, eu,
civilizado, sou mais feliz que o incivilizado, porque descubro realidades do
universo que ele não suspeita e de que está privado. Aplica esta prova a todos
os órgãos e compreende o meu princípio. Enquanto à inteligência, e à felicidade
que dela se tira pela incansável acumulação das noções, só te peço que compares
Renan e o Grilo... Claro é, portanto, que nos devemos cercar de Civilização nas
máximas proporções para gozar nas máximas proporções a vantagem de viver. Em
fevereiro de 1880,

Zé Fernandes foi chamado pelo tio e parte para Guiães e, somente após sete anos
de vida na província, retorna e reencontra Jacinto no 202 dos Campos Elíseos. O
narrador presenciou coisas espantosas: um elevador para ligar dois andares do
palacete; no gabinete de trabalho havia aparelhos mecânicos cheios de
artifício; e, enquanto Jacinto escreve para Madame d''Oriol, José Fernandes
visita uma enorme biblioteca de trinta mil títulos, os mais diversos possíveis,
dos mais renomados autores às mais diferentes ciências. A visita termina com
uma refeição em que foram servidas as mais sofisticadas iguarias e um convite
de Jacinto ao narrador que ele se hospede no 202.



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