BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


A Rosa Do Povo - 3 Prt
(anabordin)

Publicidade
Nota-se
No poema um eu-lírico mergulhado num mundo sufocante, em que tudo é igualado a
mercadoria, tudo é tratado como matéria de consumo. Em meio a essa angústia, a
existência corre o risco de se mostrar inútil, insignificante, o que
justificaria a náusea, o mal-estar. Tudo se torna baixo, vil, marcado por
?fezes, maus poemas, alucinações?.

No entanto, em meio a essa clausura sócio-existencial (que pode ser
representada pela imagem, na terceira estrofe, do muro), o poeta vislumbra uma
saída. Não se trata de idealismo ou mesmo de alienação ? o poeta já deu sinais
claros no texto de que não é capaz disso. Ou seja, não está imaginando,
fantasiando uma mudança ? ela de fato está para ocorrer, tanto que já é
vislumbrada na última estrofe, com o anúncio de nuvens avolumando-se e das
galinhas em pânico. É o nascimento da rosa, símbolo do desabrochar de um mundo
novo, o que mantém o poeta vivo em meio a tanto desencanto.

Dois pontos ainda merecem ser observados no presente poema. O primeiro é o fato
de que ele, além de ser o resumo das grandes temáticas da obra, acaba por
explicar o seu título. Basta notar que, conforme dito no parágrafo anterior, a
rosa indica o desabrochar de uma nova realidade, tão esperada pelo poeta. E a
expressão ?do povo? pode estar ligada a uma tendência esquerdista, socialista,
muito presente em vários momentos do livro e anunciadas pela crítica ao
universo capitalista na primeira (?Melancolias, mercadorias espreitam-me.?) e
terceira estrofes (?Sob a pele das palavras há cifras e códigos.?). O novo
mundo, portanto, teria características socialistas.

O outro item é visto pelo estreito relacionamento que ?A Flor e a Náusea?
estabelece com o poema a seguir, ?Áporo?, um dos mais estudados, densos,
complexos e enigmáticos da Literatura Brasileira.



ÁPORO


Um inseto cava
cava sem alarme

perfurando a terra

sem achar escape.



Que fazer, exausto,

em país bloqueado,

enlace de noite

raiz e minério?



Eis que o labirinto

(oh razão, mistério)

presto se desata:



em verde, sozinha,

antieuclidiana,

uma orquídea forma-se.



Resumos Relacionados


- A Rosa Do Povo - 4 Prt

- A Rosa Do Povo - Parte 3

- Poema: Sentimento Do Mundo

- Rosa Do Povo - 2 Prt

- O Sentimento Do Mundo



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia