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A Luneta Mágica
(Joaquim Manuel de Macedo)

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A LUNETA MÁGICA é uma obra que se afasta do romance ligeiro de complicações amorosas e desenlaces piegas, não se aproxima de nada. Paira indecisa entre a fábula, o conto de fadas, e a historieta, tudo entremeado de digressões pseudo-filosóficas.

É um romance numa linha diferente de suas obras mais famosas, que descreve de uma maneira bem-humorada e crítica a realidade sociocultural do Brasil do final do Segundo Império. Neste livro, o protagonista da história, Simplício, em primeira pessoa, o narrador, conta-nos suas desventuras de míope que a duas polegadas dos olhos não distingue um girassol de uma violeta. É ?míope física e moralmente?, como ele mesmo diz. Ansioso por enxergar melhor, consegue por meio de um armênio uma luneta com a qual pode ver perfeitamente.

É advertido de que não deverá fixá-la por mais de três minutos, após o que passará a ver além da aparência e apenas o Mal dentro das pessoas. Simplício não resiste a fixar sua luneta por um tempo maior, e começa a ver mais do que gostaria, o que o leva quase à loucura. Acaba, sem intenção, quebrando a luneta, e pede ao armênio que lhe forneça uma outra.

O homem concorda, mas adverte-o que desta vez ele veria apenas o Bem, se fixasse a luneta por mais de três minutos. Foi pior ainda e acabou por ser envolvido e enganado. Por fim, e após muitas confusões, ele acaba ganhando a luneta do bom senso, e assim encontra uma maneira de viver bem com a sociedade.Uma espécie de fábula moral, este livro acaba por nos fazer pensar a respeito da relatividade do Bem e do Mal, além de nos dar um retrato bastante realista da sociedade da época.

As freqüentes e nem sempre oportunas especulações sobre o Bem e o Mal se conduzem através de um discurso em que predomina o lugar-comum romântico, enunciado por um narrador que proclama sua miopia física e moral desde a primeira página.

Trecho escolhido: Introdução

I
Chamo-me Simplício e tenho condições naturais ainda mais tristes do que o meu nome.
Nasci sob a influência de uma estrela maligna, nasci marcado com o selo do infortúnio.
Sou míope; pior do que isso, duplamente míope míope física e moralmente.
Miopia física: ? a duas polegadas de distância dos olhos não distingo um girassol de uma violeta.
E por isso ando na cidade e não vejo as casas.
Miopia moral:?sou sempre escravo das idéias dos outros; porque nunca pude ajustar duas idéias minhas.
E por isso quando vou às galerias da câmara temporária ou do senado, sou consecutiva e decididamente do parecer de todos os oradores que falam pró e contra a matéria em discussão.
Se ao menos eu não tivesse consciência dessa minha miopia moral!... mas a convicção profunda de infortúnio tão grande é a única luz que brilha sem nuvens no meu espírito
Disse-me um negociante meu amigo que por essa luz da consciência represento eu a antítese de não poucos varões assinalados que não tem dez por cento de capital da inteligência que ostentam, e com que negociam na praça das coisas publicas.
? Mas esses varões não quebram, negociando assim?... perguntei-lhe.
? Qual! são as coisas públicas que andam ou se mostram quebradas.
? E eles?...
? Continuam sempre a negociar com o crédito dos tolos, e sempre se apresentam como boas firmas.
Na cândida inocência da minha miopia moral não pude entender se havia simplicidade ou malícia nas palavras do meu amigo.



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