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Memórias De Um Sargento De Milícias - Parte 6
(Manuel Antônio de Almeida)

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V ? O vidigal - Nessa época ainda não estava organizada a polícia da cidade, portanto o major era rei absoluto, era o árbitro supremo de tudo que dizia respeito a esse ramo de administração; era o juiz que julgava e distribuía a pena, e ao mesmo tempo o guarda que dava caça aos criminosos; nas causas da sua imensa alçada não havia testemunhas, nem provas, nem razões, nem processo; ele resumia tudo em si; a sua justiça era infalível; não havia apelação das sentenças que dava, fazia o que queria, e ninguém lhe tomava contas.
Exercia enfim uma espécie de inquirição policial. Entretanto, frente aos costumes e acontecimentos da época, ele não abusava muito de seu poder, e o empregava em certos casos muito bem empregado. Era um homem alto, não muito gordo, com ares de moleirão; tinha o olhar sempre baixo, os movimentos lentos, e voz descansada e adocicada. Apesar deste aspecto de mansidão, não se encontraria por certo homem mais apto para o seu cargo inquisidor.
O major Vidigal juntamente com uma companhia de soldados escolhido por ele rondavam a cidade a noite e a sua polícia durante o dia. Não havia um lugar em que a sagacidade do major não caçasse vagabundos.
Ele espalhava terror.
O som daquela voz que dissera ?abra a porta? gerava medo nos integrantes da sala, era o prenúncio de um grande aperto, com certeza não conseguiriam escapar. Mesmo assim, o grupo pôs-se em debandada, tentaram sair pelos fundos, mas a casa estava cercada e todos foram pegos em flagrante delito de nigromancia.
O major por sua vez, já dentro da casa, pediu-lhes que continuassem com a cerimônia pois queria ver como era. Resistir era inútil, então, após hesitarem, recomeçaram  ritual. Já fazia meia hora que dançavam andando ajoelhados, mas sempre que paravam o major pedia para continuarem. Muito tempo depois pararam, mas o major pediu-lhes para continuarem. Não agüentavam mais, mas o major pedia para continuarem. Muito, mas muito tempo depois, quando já se arrastavam, o major ordenou-lhes que parassem e pediu aos granadeiros para tocarem, o que fez os soldados arrancarem as chibatas e o grupo feiticeiro dançar muito mais.
Depois de reger a música para a frenética dança, o major Vidigal começou o interrogatório. Perguntou a ocupação de um por um e nada ouviu, até que chegou a vez do Leonardo Pataca, reconheceu-o e quando o pobre homem explicou-lhe o motivo de tudo aquilo, o major prontificou-se a curá-lo e arrastou-o para a casa da guarda no largo da Sé, era uma espécie de depósito que guardava os que haviam sido presos durante a noite até dar-lhes um destino.
Ao amanhecer, toda a cidade já sabia do ocorrido e Leonardo foi mandado para a cadeia o que fez os companheiros mostrarem-se sentidos, a princípio, para logo depois gostarem pois enquanto o colega estava preso eles seriam procurados para os negócios, era um concorrente a menos.
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