Resumo de Livro III
Vidas Secas,
de Graciliano Ramos
Palavras-chave: sertanejos, seca, miséria, retirantes
é uma novela que trata da história de uma família de sertanejos que, acossados pela seca, são obrigados a tornarem-se eternos peregrinos em busca de um lugar melhor para viver.
Foi adaptada para o cinema em 1963 por NELSON PEREIRA DOS SANTOS com enorme sucesso. O filme recebeu muitos prêmios, como o de Cannes em 1964. Participaram da produção ÁTILA IÓRIO, MARIA RIBEIRO, ORLANDO MACEDO e JOFRE SOARES.
A história gira em torno de Fabiano, Sinhá Vitória e os dois filhos, os quais não são nomeados. Outra personagem de destaque é a cachorra Baleia.
Coagido pela seca, eles abandonam a fazenda onde trabalhavam e seguem caatinga afora até encontrarem outro local para Se fixarem temporariamente.
Há descrições fiéis sobre a paisagem do semi-árido, com os seus pés de mandacaru, solo pedregoso e urubus. Praticamente não existem diálogos entre Fabiano e a sua família; são animalizados, emitem apenas sons toscos e primitivos. A comunicação não é suficientemente desenvolvida pelos nordestinos miseráveis ? assemelham-se aos hominídeos que habitavam as cavernas na pré-história.
Em sua nova morada, o casal continua a sua vida sofrida, alimentando-se mal e vestindo-se pior. Fabiano, sempre bebendo, envolve-se em problemas com um guarda. A família vai à festa de Natal na cidade; festa popular, de encanto para os meninos e de bebedeira para Fabiano. A cachorra Baleia adoece e Fabiano mata-a ? esse capítulo denominado ?Baleia? é um dos mais comoventes do livro, descrevendo com detalhes os sentimentos do pobre animal.
Por fim, impelidos mais uma vez pela seca, os retirantes arrumam os seus pertences e tomam o caminho do Sul, sonhando e fazendo conjecturas sobre a cidade grande: o seu próximo destino ? não somente o seu, mas o de praticamente todos os sertanejos desesperançados e desarraigados de sua terra.
VIDAS SECAS é considerado por muitos a obra-prima de Graciliano Ramos. A narrativa é sucinta e direta, com capítulos soltos. A linguagem é objetiva, com poucos adjetivos, nua e crua como a vida dos protagonistas da história.
É um drama bem construído e a produção em que o autor mais se envolve emocionalmente com as agruras de suas personagens.
Escrito por Rabelais,
Em 16/08/07
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