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O Que É Um Educomunicador?
(Genevieve Jacquinot)

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O que é um educomunicador?
 
 
 
 
 
É um professor do século XXI, que integra os diferentes meios nas suas práticas pedagógicas.
A escola tem sido sempre uma instituição ao mesmo tempo educativa, social e política. Esta tríplice dimensão subsiste, mas cada uma delas já sofreu visível modificação.
A escola republicana, por exemplo, como lugares de formação da identidade nacional estão prestes a se transformar, no contexto mediático e cultural das sociedades modernas, no lugar de formação da identidade local, regional, nacional e internacional.
A escola sempre teve como objetivo reduzir a desigualdade dando a todos, o acesso ao saber: mas, levando em conta a heterogeneidade dos alunos. Ela não pode fazê-lo senão através de pedagogias diferenciais;
Enfim, no plano educativo, um dos desafios atuais é confrontar os modos tradicionais de educação e apropriação de conhecimento e a "cultura mediática" dos alunos, para que a educação sirva para promover ao mesmo tempo o espírito crítico do cidadão e a capacidade de análise do educando.
Faltará discutir a posição da comunicação na formação dos professores do século XXI, ao menos em princípios gerais, porque as soluções institucionais concretas só poderão ser comparadas e trocadas nas discussões.
Da oposição entre o saber escolar e o saber mediático
Tudo opõe de fato a escola e os meios, estes dois "mastodontes" em seus papeis concorrentes da transmissão da cultura e da formação dos sujeitos individuais e sociais:
Um é voltado para o passado (o patrimônio), os outros só se interessam pela atualidade;
Um repousa sobre a lógica da razão, os outros sobre a surpresa do acontecimento, o impacto e o emocional;
Um ignora (ignorava?) a lógica econômica, os outros só funcionam segundo ela.
Um construa-se na durabilidade, os outros na efemeridade.
O estudo dos meios valoriza a subjetividade enquanto a objetividade é     subjacente a todas as disciplinas ensinadas na escola.
A escola torna-se um lugar privilegiado, em relação ao mundo exteriores, encarregados de transmitir a cultura do saber? e é porisso melhor adaptada aos jovens de meios socioculturais mais favorecidos.
Os meios constituem um mundo aberto a todas as influências exteriores, falam de tudo da mesma maneira e abordam todos os registros da cultura.
Diante dessa situação, os professores são tentados a tomar três posições extremas:
· Ou bem ignoram a influência dos meios e mantêm a tradição da escola ignorando a diversidade das realidades sociais e culturais, repousando sobre o modelo da mediação oral do mestre e da valorização da escrita;
· Ou bem introduzem os meios na escola e servem-se deles para atingir os objetivos pedagógicos que permanecem os mesmos: aprende-se o vocabulário e a gramática, vê-se a História e a Geografia lendo os jornais? esquecendo que trabalhar sobre os jornais é também talvez, por exemplo, "aprender a responsabilidade da coisa escrita" ou "aprender a distinguir um fato e uma opinião"; Ou bem ainda criar cursos especializados de educação para os meios, sem que nada mude no conjunto das outras práticas escolares.

Há uma outra via, mais exigente ainda para os alunos e mestres, mas a única possível no contexto da sociedade de amanhã: a do educomunicador, que aproxima a escola dos meios.
. A casa não é mais o "lar", não é mais o lugar que permite conservar as crianças ao abrigo do mundo exterior mais do que a sala de aula.
· Porque a escola e os meios têm pontos em comum e o que se aprende na escola pode ajudar a compreender os meios e vice-versa.
· Enfim porque os modos de apropriação do saber mudaram, e mudarão ainda mais na nossa sociedade que desenvolve "as indústrias do conhecimento" (indústria cultural).
Retomemos rapidamente cada uma das razões evocadas:
1. Primeira razão: porque os alunos aprendem dosmeios: todas as pesquisas provam e percebe-se que os alunos se referem com mais freqüência aos meios do que à escola como fonte de informação.
". Este fato é testemunho de uma representação "livresca" dominante do saber e do conhecimento.
Se os alunos manifestam numerosas aquisições graças aos meios, isso pode entrar em relação com os conhecimentos escolares, pelo menos se ajudarmos os alunos a exprimir, identificar, utilizar e enriquecer estes conhecimentos.
Quando apareceu a imprensa, ela valorizou o sentido da visão em detrimento dos outros sentidos, donde o interesse (sob certas condições, certamente) da multimídia; ela está habituada a um certo modo de leitura, linear e seqüencial, donde o interesse (aí também sob certas condições), da navegação "hipertextual" que encontramos em certas multimídias interativas.
4. Enfim, última razão, porque as teorias da comunicação como as teorias da aprendizagem atualmente convergem para substituir o paradigma da "transmissão" de conhecimentos, como valores, pelo da "mediação" compreendida como modelo interpretativo e relacional de apropriação de conhecimentos.
Do lado das teorias pedagógicas, podemos sublinhar os resultados dos trabalhos de psicólogos e de especialistas da educação que valorizam:                                       A participação ativa do aluno ( o que se resume freqüentemente pelo famoso slogan "o aprendiz no centro da aprendizagem") ou seja o papel da "aprendizagem pelo fazer", devida ao pedagogo Freinet e a outros ( o "aprender fazendo", para que "a inteligência eleve-se? da mão à cabeça"(Bergson)
· A concepção construtivista da aprendizagem, sobre os passos de Piaget mas também de Vygotsky, de Wallon e mais recentemente de Bruner: concepção que privilegia o significado e sua construção e não a informação e seu tratamento (a aprendizagem como "construção do significado").
· A dimensão cooperativa ou colaborativa ou mutualizante da aprendizagem: ela põe em evidência o papel dos pares e da tutela do adulto nas situações de aprendizagem ( a aprendizagem como "ato social").
. Na didática moderna portanto, o que se deve deduzir logicamente, é que se deve levar em conta o que eles aprenderam dos meios.
Do lado das teorias da comunicação: é interessante recordar a evolução dos modelos comunicacionais e seu impacto relativo sobre as concepções da comunicação pedagógica. O modelo matemático da informação de Shannon (1949, 1976) impregnou durante muito tempo a análise sociológica dos "efeitos'' dos meios, e a influência da utilização dos meios na educação de duas maneiras:
· reduzindo o conhecimento à informação
· Assimilando a comunicação pedagógica a uma comunicação unidirecional, do emissor para o receptor: trata-se sempre ainda de "passar a mensagem".
O outro modelo inspirado no neo-marxismo da escola de Francfurt sobre os efeitos ideológicos dos meios teve uma influência nefasta: ele contribuiu para "diabolizar"a relação escola-televisão e cimentou fortemente a hostilidade dos professores frente aos meios em geral e à televisão em particular.
Este caráter nocivo dos meios, redobrado pelo efeito do modelo globalizante da "reprodução" devido a Bourdieu e Passeron, (1970) ocultou, durante muito tempo, a singularidade das práticas de consumo.
Dois movimentos na pesquisa em comunicação abriram depois novas perspectivas, acompanhando a mudança de paradigma pedagógico da "transmissão" para a "mediação".
· O interesse pelo trabalho do "receptor" transformado em co-construtor da mensagem, característico das novas pesquisas centradas no receptor, em seqüência ao interesse aplicado sobre a comunicação no cotidiano (De Certeau).

O movimento internacionalista da escola de Paolo Alto (



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