A Ilha
(Aldous Huxley53)
Um dos meus livros de cabeceira. Meu e certamente de muitos. Aldous Huxley, trata de forma primorosa, com a seriedade e conhecimento que lhe são característicos, o problema da constituição de uma sociedade sob uma perspectiva utópica. A organização social da Ilha é construída como se fosse uma sinfonia, Um mosaico dos problemas humanos procurando harmonizar-se no todo para ganhar o significado necessário que legitimaria o ideal buscado. Através da fusão de duas culturas, ocidental e oriental, se obtém "o melhor de dois mundos" nas palavras de um de seus personagens. A partir desta estrutura, todas as facetas do problema humano, são clara e honestamente, discutidas exaustivamente por duas gerações até que, chegando a um senso comum, nascido da interação dessas duas culturas, a inglesa e a indiana, são implementadas idéias sempre fascinantes. A eduçação, a economia, a arte, a ciência são comtempladas com soluções cheias de criatividade, balizadas por uma sabedoria incomum, nascida do diálogo entre o rajá de Pala e o Dr. McPhail. Um jornalista inglês que naufraga na costa da Ilha, Will Farnaby, acolhido pela hospitabilidade de seus habitantes, ainda que, ciosos de permanecerem ocultos aos olhos invejosos do resto do mundo; dão a este permissão para ficar e a tudo conhecer. É sob a visão crítica dele que começamos a compreender o fascinante trabalho promovido pelos seus reformadores e a comparar o resultado alcançado com o modelo de mundo em que vivemos. Ninguém se iluda, aqueles que ainda não tenham lido Huxley, que o autor de "Admirável Mundo Novo", possa sofrer de qualquer ingenuidade, ou que possa discorrer sobre assunto que não conheça. Huxley veio de notória família de cientistas, grande ensaísta, profundo e interessado investigador da alma humana, se tornou um erudito. Portanto, o desenho das formas organizacionais imaginadas na Ilha estão alicerçadas em conhecimento certo. A Ilha em seus muitos aspectos, discute um ponto, este o próblema mais grave que temos quando da tentativa de implementar um ideal, mesmo quando ele não apresente qualquer dificuldade de se por em prática - a Política. Eis a questão nevrálgica que é pano de fundo para o utopismo de qualquer sociedade ideal. O conhecimento das dificuldades que as políticas sempre impõem às realizações humanas são semeadoras de ceticismo no tocante a soluções inovadoras. Um livro escrito em 1963, que ganha ares de profecia, dada a necessidade mais do que premente de hoje reformularmos radicalmente toda a organização social de forma global.
Resumos Relacionados
- Vertigo Y Futuro
- O Perfume: História De Um Assassino
- Este É O Meu
- Zodiac
- Daniel Deronda
|
|