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Oroonoko
(Rui Arts)

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Oroonoko

 

 
 
Oroonoko (leia-se Orunoko), é um curto romance feito pela escritora inglesa Aphra Behn e publicado em 1688. A obra, cujo protagonista é um africano, escravizado e levado ao Suriname durante a década de 1660, conta uma trágica relação amorosa e, aparentemente, foi inspirada nas viagens que a própria autora fez às colônias sul-americanas. Freqüentemente afirma-se que Aphra Behn foi, historicamente, a primeira escritora da literatura inglesa a basear-se em fatos reais. Embora isso não seja totalmente verdadeiro, Behn sem dúvida é a primeira inglesa que se dedicou profissionalmente à composição de romances e peças de teatro. "Oroonoko" enfileira-se entre os mais antigos romances da língua inglesa, e descreve bem o sistema escravagista da época.

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 Resumo
"Oroonoko" é um romance relativamente curto cujo título completo é, na verdade, "Oroonoko, ou o Escravo Real" (em inglês, "Oroonoko, or the Royal Slave"). A obra relata as desventuras de Oroonoko, neto de um rei africano: Oroonoko enamora-se com Imoinda, a filha do mais competente general do reino. Mas a jovem mulher também é desejada ardentemente pelo rei, o qual ordena-lhe que seja uma de suas esposas (Aphra Behn supõe que todas as tribos africanas praticam poligamia). Imoinda prefere o príncipe Oroonoko e, portanto, recusa obedecer. Ela faz o rei saber que prefere morrer do que casar-se com o velho tirano. O rei enfurece-se por causa da escolha da jovem mulher e a vende como escrava. Oroonoko, de forma semelhante, é capturado pelo malicioso capitão do navio-negreiro. Os dois capturados são levados ao Suriname, que então era uma colônia inglesa nas Antilhas cuja economia era plenamente baseada no cultivo da cana-de-açúcar. Oroonoko e Imoinda chegam ao mesmo local e, portanto, são capazes de se comunicar, embora a beleza da jovem rapidamente desperte o desejo de Byam, o deputado-governador da colônia.
 
Oroonoko, furioso devido a sua condição de vida, rapidamente inspira e organiza uma rebelião dos escravos locais: os rebeldes são rechaçados pelos soldados para fora da colônia, e a maioria deles depõe as armas quando Byam lhes promete anistia. Apesar dessa promessa, e por ser o líder da rebelião, Oroonoko é severamente açoitado. Desejando vingar sua dignidade e manifestar sua ira, Oroonoko mata o deputado-governador, embora ele saiba que, por isso, seria procurado e, indubitavelmente, executado. Por temer que Imoinda talvez sofresse violência sexual ou outras humilhações depois de sua morte, Oroonoko planeja matá-la também. Os dois amantes discutem sobre esse plano e Imoinda finalmente consente em morrer, por desespero. Por causa do amor que sente por Imoinda, Oroonoko por muito tempo hesita em apunhalar antes a jovem mulher: contudo, quando ele finalmente a mata, um sorriso aparece na face de sua amada. Oroonoko, em seguida, vela o corpo de Imoinda e nem mesmo tenta fugir: ele é reencontrado pelos soldados, que conseguem interromper seu suicídio, mas somente para que ele esteja apto para experimentar a execução pública. Do começo ao fim de sua longa e torturante execução através do esquartejamento, Oroonoko em silêncio fuma cachimbo e estoicamente resiste à intensa dor sem sequer um grito.
Pouco depois da morte de Oroonoko, os holandeses apropriam-se da colônia e sufocam outra rebelião, massacrando sem compaixão os escravos.

 Análise
Gramaticalmente, o romance mistura a primeira e a terceira pessoa, porque toda a aventura é contada por uma testemunha fictícia, que observa por um ponto-de-vista externo a vida dos dois amantes do Suriname. Ela apresenta-se como uma jovem aristocrata inglesa, que acaba de chegar à colônia com seu pai, o qual em princípio devia fazer-se o novo deputado-governador, mas com azar morre durante a viagem de navio. Contudo, é providenciada à jovem mulher e sua família uma das mais belas casas da região. Além da aventura de Oroonoko e Imoinda propriamente dita, asexperiências da jovem freqüentemente aparecem no texto para interromper a trama principal em breves citações. Ao fim do romance, a mulher abandona o Suriname e volta para Londres.
A estrutura da obra divide-se em três grandes partes. Primeiramente, o texto inicia-se através de um depoimento (fantasioso) sobre a autenticidade do conto. A escritora assegura que sua obra não consiste nem de ficção nem de ensaio histórico pedante. Aphra Behn jura que ela é a testemunha ocular direta dos fatos que conta. Ela ainda chama a atenção do leitor para que nunca tentou embelezar ou falsear os fatos, sempre se esforçando para basear o conto somente na realidade. Na segunda parte, segue uma descrição do Suriname e dos indígenas, os quais há muito tempo ainda viviam sem os europeus. A autora observa os indígenas como um povo saudável e sem ostentações, que aparentemente ainda goza as condições de vida dos tempos áureos, como, aliás, evidencia a presença de ouro naquela região. Somente após esses dois prólogos começa o conto propriamente dito sobre Oroonoko, com a trama entre o rei e o capitão e a captura de Imoinda e do príncipe. Os acontecimentos seguintes, por serem observados diretamente por uma jovem inglesa, são reportados usando o tempo gramatical presente; Oroonoko e Imoinda encontram-se e depois encontram a inglesa. A terceira e última secção contém o conto sobre a rebelião conduzida por Oroonoko e seu trágico fim.

 Contexto histórico e biográfico
 
A vida de Aphra Behn é até hoje muito pouco conhecida. Entretanto sabe-se, sem dúvida, que ela foi recrutada como espiã do rei inglês Carlos II, no começo da Segunda guerra anglo-holandesa, com o objetivo de desmascarar um agente duplo no estrangeiro. Mas o rei Carlos aparentemente pagou somente uma parte ? ou mesmo não pagou totalmente ? o trabalho de Aphra, a qual, conseqüentemente, sofreu com a falta de dinheiro depois de sua volta à Inglaterra. Behn, além disso, ficou viúva, empobreceu e ficou durante alguns dias presa por causa de muitíssimas dívidas, antes de, finalmente, ficar famosa e obter sucesso literário. Aphra Behn, além disso, escreveu várias peças de teatro, as quais receberam boa aceitação do público e confirmaram seu status de escritora plenamente estabelecida; durante a década de 1670, só as peças de John Dryden foram mais assistidas do que as de Behn.
Aphra tentou escrever mais uma longa obra em prosa, precisamente romances, mas somente pouco antes do fim de sua carreira ? e "Oroonoko" foi publicado no ano da sua morte ? quando completou 48 anos de idade. Entre os romances da escritora, "Oroonoko" sempre foi o mais estudado. Embora a primeira edição da obra, quando a autora ainda vivia, não tenha desfrutado de extraordinário sucesso, o livro, de fato, vendeu o suficiente, mas as aventuras do príncipe Oroonoko não fizeram muita fama antes da adaptação para o teatro feita por Thomas Southerne. O romance, portanto, começou a ser lido, atentamente, somente alguns anos depois da morte da escritora. Desde então diversos críticos consideraram a autenticidade do conto proclamada por Behn, ora com seriedade, ora com cautela. Os primeiros biógrafos de Aphra Behn interpretaram o uso da primeira pessoa "eu" no romance como evidente indício que a autora escreveu sobre seu próprio nome; eles não hesitaram nem mesmo em acrescentar às suas descrições biográficas alguns fatos, os quais dizem respeito à jovem inglesa do romance.
Faz-se necessário, portanto, lembrar que esse romance é somente uma ficção: o "eu" da obra não significa algo preciso, igual o "eu" de Jonathan Swift em "As viagens de Gulliver", ou de Daniel Defoe em "Robinson Crusoe.

 O debate sobre a natureza autobiográfica da obra
 
Os comentaristas até hoje não conseguiram distinguir a parte autobiográfica do texto em "Oroonoko". Precisamente, a jovem inglesa simboliza Aphra Behn ou não? A mais de um século os críticos não concordam sobre o fato da viagem ao Suriname ter ou não ocorrido



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