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Getúlio Vargas Parte V
(Rui Arts)

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Herança política
 

A nova política do Brasil, a partir de 1930
A partir de Getúlio Vargas, os estados que fizeram a revolução de 1930 tomaram o comando da política nacional.
Todos os presidentes de 1930 até 1964, são gaúchos ou mineiros, excetuando-se Eurico Dutra, e, por alguns meses apenas, os governos Café Filho, Nereu Ramos e Jânio Quadros.
Nos 50 anos seguintes à Revolução de 1930, mineiros e gaúchos estiveram na presidência da república por 41 anos.
Com a queda de Washington Luís acaba o ciclo de presidentes maçons. Apenas dois dos presidentes da república velha não eram membros da maçonaria. Nos 60 anos seguintes a 1930, maçons ocupariam a presidência por meses apenas.
Três ex-ministros de Getúlio chegaram à presidência da república: Eurico Dutra, João Goulart e Tancredo Neves, este não chegou a assumir o cargo.
Três tenentes de 1930 chegaram à presidência da república: Castelo Branco, Médici e Geisel.
Um filho de um tenente de 1930 ocupou a presidência por oito anos: Fernando Henrique Cardoso, e um neto de Lindolfo Collor, revolucionário e ministro de 1930, Fernando Collor de Melo, também chegou à presidência da República.
E ainda mais: O ex-tentente Juarez Távora foi o segundo colocado nas eleições presidenciais de 1955, e o ex-tenente Eduardo Gomes, o segundo colocado, em 1945 e 1950. Ambos candidatos da UDN , o que mostra também a influência dos ex-tenentes na UDN, partido este que tinha ainda, entre seus líderes, o ex-tenente Juraci Magalhães, que quase foi candidato em 1960.
O vizinho rural de Getúlio Vargas em São Borja João Goulart, que Getúlio iniciou na política também chegou à presidência.
O afilhado político e cunhado de João Goulart, Leonel Brizola, de qual Getúlio foi padrinho de casamento e grande incentivador e "professor" na política, também ocupou lugar de destaque na política brasileira do século XX e se candidatou à Presidência da República por duas vezes.
Brizola foi o único cidadão a ser eleito para governar dois estados diferentes: o Rio Grande do Sul entre 1959 e 1962 e o Rio de Janeiro por duas vezes: de 1983 a 1987 e de 1991 a 1994, mas em São Paulo, sua votação, para a presidência da república, nunca passava de 2% dos votos, correspondentes ao número de gaúchos e cariocas radicados em São Paulo, o que foi atribuído ao fato que São Paulo continua avesso ao getulismo.
Os partidos fundados por Getúlio Vargas, o PSD (partido dos ex-interventores no Estado Novo e intervencionista na economia} e o antigo PTB, dominaram a cena política de 1946 até 1964.
PSD, UDN e PTB, os maiores partidos políticos daquele período, eram liderados por mineiros (PSD e UDN) e por gaúchos (o PTB). A maioria dos interventores do Estado Novo tornaram-se governadores eleitos de seus estados, o que demonstra a continuidade política do Estado Novo.
Desde a eleição em 1930 de Júlio Prestes, que não chegou a assumir o cargo de presidente, nenhum cidadão nascido em São Paulo foi eleito ou ocupou a presidência, exceto, e por alguns dias apenas, Ranieri Mazzilli e o Ulisses Guimarães.
Presidentes considerados "de São Paulo", como Fernando Henrique Cardoso e Luís Inácio Lula da Silva, são, respectivamente, carioca e pernambucano, embora FHC tenha se formado pela Universidade de São Paulo e Lula tenha vivido em São Paulo desde os 7 anos.
A própria disputa do tipo: Fernando Henrique x Lula, era inexistente antes de 1930, pois, na república velha, políticos de um mesmo estado se uniam em prol dos interesses de seu estado.
Há quem diga que o suicídio de Getúlio Vargas adiou um golpe militar que pretendia depô-lo. O pretendido golpe tornou-se, então, desnecessário. O golpe militar veio, por fim, em 1964. Golpe este que seus partidários chamam de revolução, e que foi feito essencialmente, no lado militar, por ex-tenentes de 1930.
Para outros, o suicídio de Getúlio fez com que passasse da condição de acusado à de vítima. Isto teria preservado a popularidade do trabalhismo e do PTB e impedido Café Filho, sucessor de Getúlio, por falta de clima político, de fazer uma investigação profunda sobre as possíveis irregularidades do governo de Getúlio.
E, por fim, o clima de comoção popular devido à morte de Getúlio, teria facilitado a eleição de Juscelino Kubitschek, (JK) , em 1955, derrotando a UDN, adversária de Getúlio. JK é considerado, por alguns, como "herdeiro político" de Getúlio.

Um novo estilo na política
Apesar de quinze anos (1930-1945) não serem um período longo, em se tratando de carreira política, raríssimos foram os políticos da república velha que conseguiram retomar suas carreiras políticas depois da queda de Getúlio em 1945. A renovação do quadro político foi quase total. Renovação tanto de pessoas quanto da maneira de se fazer política.
Getúlio foi o primeiro a fazer no Brasil propaganda pessoal em larga escala chamada "culto à personalidade", típica do nazismo-fascismo e do stalinismo e ancestral do marketing político moderno.
A aliança elite-proletariado, criada por Getúlio, tornou-se típica no Brasil, como a Aliança PTB-PSD apoiada pelo clandestino PCB na fase de 1946-1964, e atualmente com a aliança PT-PP-PMDB-PL.
O estilo conciliador de Getúlio foi incorporado à maneira de fazer política dos brasileiros, e teve seu maior adepto no ex-ministro da Justiça de Getúlio, Tancredo Neves.
O maior momento desse estilo conciliador foi a grande aliança política que se formou visando as diretas-já e, em seguida, uma aliança maior ainda em torno do Dr. Tancredo, visando a transição do Regime Militar para a democracia, em 1984 - 1985.
Getúlio Vargas teria sido o criador do populismo no Brasil, embora, na versão do Dr. Tancredo Neves, o populismo era uma deformação do getulismo.
A partir de 1946 e até 1964, o populismo tomaria impulso, tendo entre seus principais expoentes Adhemar de Barros, Jânio Quadros e João Goulart. Nos últimos anos, o representante do populismo com maior projeção era Leonel Brizola do PDT, além de Paulo Maluf, do PP. Existem várias divergências quanto a isso, mas muitos estudiosos também incluem o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva como um representante do populismo, mas um populismo renovado e de esquerda.
São chamados de populistas, pela opinião liberal, porque a característica mais marcante dos políticos após 1930 tem sido de terem um discurso voltado apenas para os direitos sociais, sem contrapartida deveres e de não dizerem de onde viriam os recursos financeiros para poder se concretizar esses direitos.
Também, segundo a opinião liberal, o governante populista procura estabelecer uma relação direta com o povo, passando ao largo dos partidos políticos e dos parlamentos, como, por exemplo, através de plebiscito.
Atualmente os partidos no quais o populismo não é explicito PMDB, PT e o PSDB, oriundo do PMDB, assumiram os papéis principais no jogo político, ao lado do PFL e PP, oriundos dos antigos partidos de apoio aos militares: ARENA e PDS.



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