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Colombo, O Homem Que Ouvia A Voz De Deus
(Júlio José Chiavenato)

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Quando ouvimos falar de Cristóvão Colombo, vem-nos à mente a figura do
herói conquistador, desbravador de mares e de novos horizontes. Porém
na verdade, o Colombo herói foi uma mera invenção do tempo. em seu
texto ?O homem que ouvia a voz de Deus?, Júlio José Chiavenato nos
apresenta um Colombo diferente daquele que estamos acostumados a ver.Homem
de muita superstição e rodeado de misticismo, Colombo acreditava ser um
predestinado. Sempre afirmava seus projetos pela Bíblia, deixando
muitas vezes a ciência de lado. Gostava de citar Isaías 24:16 ?Dos
confins da terra ouvimos cantar alabanças...?, e com um grande esforço
na interpretação afirmava que esta passagem referia-se a descoberta das
Índias.Não que Colombo desconhecesse a ciência, nas suas
próprias palavras: ?tive relações com homens de ciência, eclesiásticos
e leigos, latinos e gregos, judeus e árabes. Para isso me deu o Senhor
o espírito do conhecimento (...)?.Colombo tinha uma
personalidade complexa, ao mesmo tempo em que oprimia marinheiros e
escravizava índios, empreendendo navegações arriscadas, assumia um
comportamento místico de salvador do mundo cristão. São as ?profecias?
que o convencem a procurar a passagem para as Índias, o que o levaria à
América. A seqüência desse comportamento o fez crer que sua missão era
obter ouro das ?Índias? para financiar expedições de conquista do Santo
Sepulcro, expulsando da terra santa os inimigos da religião cristã.Colombo
misturava dois mundos diferentes, transitava no tempo, ora moderno, ora
medieval. Tal transição por vezes gerava contradições gritantes como no
caso da perfeita sintonia entre a honra e o proveito, característica
marcante entre os conquistadores originários da Península Ibérica. A
honra era levar a fé católica aos locais conquistados, pois era o
?serviço de Deus?. Além disso, em caso de morte em combate, era
garantido ao conquistador seu lugar no céu. O proveito era o
reconhecimento ou a fama por parte da nobreza, além é claro, das
recompensas financeiras das conquistas. Tudo isto presente na
personalidade de Colombo.Nosso herói era um homem sincero,
acreditava na missão divina de expandir a fé católica. Milhões seriam
convertidos com seus descobrimentos. Porém estava tão obcecado em
fundamentar seus planos na Bíblia, que deixou de lado as claras
passagens de Jó 26:7 referente ao campo gravitacional e de Isaías 40:22
sobre a redondeza da terra. Forçosamente interpretou as profecias de
forma a supostamente provar que eram referidas a ele mesmo. Chegou a
fazer o infeliz comentário de que a terra teria a forma de uma pêra, ou
pior ainda, que o mundo era como uma ?teta de mulher?, e no mamilo do
mundo se localizaria o jardim do Éden.Colombo foi a peça de
encaixe perfeita do sistema da conquista, sua característica principal
era a fé. Pela fé já sabia o que ia encontrar. O que deixou como
testemunho não é a experiência empírica, mas a comprovação mística do
que ele já sabia existir. Triste exemplo se apresenta quando nosso
herói vê sereias e monstros marinhos. Era justamente seu vivo
imaginário medieval em pleno funcionamento. Ele viu ?três sereias que
saltaram alto, fora do mar?, e ainda detalha: ?Elas não eram tão belas
quanto se diz, embora de certo modo tivessem forma humana de rosto?. Em
1493 explicou que as sereias ?não se dedicam a nenhum exercício
feminino, e sim aos do arco e flecha (...)?. Garantia que tais mulheres
nasciam ?com uma calda?. Viu o que viu e lamentou por não ver mais. Era
um louco? Não, somente um homem de seu tempo.



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