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Sagarana - A Hora E A Vez De Augusto Matrada[continuação Do 9º Conto]
(João Guimarães Rosa)

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CONTINUAÇÃO...É então que surge o bando de Joãozinho
Bem-Bem, homem da mesma estirpe do antigo Augusto Matraga. Suas intenções
provavelmente eram malévolas naquela região, mas o amor e a dedicação com que o
protagonista o recebe o desarma. O bandido intui o poder bélico de Matraga, por
isso o convida a fazer parte da empreitada. É uma forte tentação: o herói sente
saudade do poder de desmando que possuía. Imagina até a possibilidade de vingar
a morte de Quim. Mas resistiu a mais essa tentação. Estava evoluindo a passos
largos. Joãozinho Bem-Bem parte, deixando Matraga, mas levando uma afeição
enorme por ele.

Dias depois, enquanto Augusto trabalhava, presenciou uma belíssima explosão de
pássaros voando. Sua intuição lhe diz algo maravilhoso, que o faz pensar o dia
inteiro. Até que toma uma resolução: decide partir. Faz sua viagem em um
jumento, animal carregado de simbologia cristã, pois havia carregado Maria às
vésperas do nascimento de Cristo. Carregara, pois, o salvador. Matraga viaja
muitos dias, até chegar ao arraial do Rala-Coco, que estava em polvorosa. O
bando de Joãozinho Bem-Bem lá estava, prestes a realizar um crime hediondo. Um
dos capangas do facínora o havia abandonado, ação que fora considerada traição.
Joãozinho resolve se vingar em cima da família deste, querendo assassiná-la. No
momento em que Augusto havia chegado, o pai do fugitivo tinha aparecido e
pedido clemência pela vida de inocentes. A fúria do criminoso parecia não ter
limite, pois já estava prestes a se derramar sobre o idoso. É nesse instante
que Augusto Matraga intercede. Mesmo havendo um enorme apreço entre Joãozinho e
o herói, os dois começam a se desentender. O bandido está tomado de um maligno
espírito vingativo. Matraga defende a bondade divina, sempre pedindo para seu
opositor evitar uma tragédia injusta, sempre clamando pelo nome de Deus. O
inevitável acontece. Há uma terrível luta. Tiros de todos os lados. Os dois
saem feridos, mas Matraga, sempre invocando o nome do Senhor e pedindo para seu
amigo se arrepender dos pecados, acaba vencendo, rasgando a barriga de
Joãozinho, que morre segurando nas mãos suas entranhas. Augusto Matraga estava
morrendo, mas contente.

Aclamado como santo e salvador entre o povo que tenta socorrê-lo, ainda tem
tempo para fazer com que respeitassem o cadáver de Joãozinho Bem-Bem, mandando
que o enterrassem dignamente. Ainda teve tempo, além disso, de abençoar sua
filha perdida. Morre, porque havia chegado a sua hora e a sua vez. Havia
realizado sua missão, cumprido os planos de um misterioso desígnio divino.
Estava salvo. Ia para o Céu.



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