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Sagarana - A Hora E A Vez De Augusto Matrada[9º Conto]
(João Guimarães Rosa)

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A hora e a vez de Augusto Matraga recria uma verdadeira saga do homem na travessia por este mundo.
Matraga é, de um modo mais amplo, o homem no sentido universal. Sua trajetória
recria a passagem evolutiva em busca do aprendizado do viver e da ascensão
espiritual em plenitude. Seu objetivo será ter sua hora e vez de entrar no céu,
"mesmo que seja a porrete". É uma história de redenção e
espiritualidade, uma história de conversão. Ao longo do seu enredo o
protagonista, Augusto Matraga, passa do mal ao bem, da perdição à salvação.

Augusto Matraga, foi criado por uma avó, que o queria padre. No entanto, de
herança de pai covarde e tio criminoso, enveredou para o mal. A narrativa
inicia-se em meio a uma festa de santo, em que, num leilão, Matraga arrebata
por 50.000 réis uma prostituta, desagradando um sertanejo rude, grosseiro que estava
interessado por ela. Matraga nem chega a usá-la, alegando que era muito feia.
Ele, de fato era pessoa rude, não civilizada. Além de bandido e violento,
tratava com pouco caso sua esposa, Dionóra, e sua filha, Mimita. Só queria
saber de jogo, caçada e mulheres de vida fácil. No entanto, sua sorte mudou.
Sua esposa o abandona, passando a viver, com a filha, em companhia de um homem
chamado Ovídio. Matraga não pôde vingar a ofensa, pois recebeu a notícia de que
seus capangas, com exceção de Quim Recadeiro, também o abandonaram, passando
para o lado do Major Consilva. Augusto vai tomar satisfações pela afronta, sem
perceber que o destino virou-se contra ele: não tem mais apoio político, está
cheio de dívidas e suas terras estão hipotecadas. Como o próprio narrador
comenta, não havia se tocado de que era momento de parar umas rodadas, deixar
de jogar, pois o azar havia chegado.

Ao chegar à fazenda do Major, é cercado pelos capangas do vilão, alguns
ex-subordinados de Matraga. Então é espancado, marcado por ferro em brasa e,
antes de sofrer o pior, atira-se de um altíssimo barranco. Para seus inimigos,
estava morto.Mas é resgatado e cuidado. Ficou dias inconsciente. Voltou a si, e
conhecendo sua situação, desejou a morte.

Com o tempo, Matraga volta a ter paixão pela vida. Os meses que passa se
recuperando das feridas e fraturas é o tempo suficiente para se arrependa dos
pecados e abrace ao cristianismo. No seu jeito rude, fica até cômica a
convicção em afirmar que vai para o Céu, nem que seja a porrete. Começa sua
fase de penitências. Vai com os velhinhos a uma propriedade sua perdida e
distante. Mostra-se trabalhador, misto de louco e santo no olhar do povo. Vive
dessa forma por quase sete anos. Um dia, sofreu uma dura tentação. Um antigo
conhecido passa por lá e surpreende-se ao descobrir Matraga, ainda mais,
mudado. Traz notícias muito inconvenientes. Dionóra estava para se casar com
Ovídio, crente de que estava viúva. Major Consilva apoderou-se das terras do
protagonista. Quim, frouxo e atrapalhado, havia sido o único a se levantar em
defesa do patrão, mas fora morto no momento em que, tomado de fúria, entrara
nas terras do Major com a intenção de vingança. Mimita, sua filha, se tornara
prostituta. É um momento cruel para Augusto. Deus o havia abandonado? Merecia
mesmo o Céu? Mas, como o bíblico Jó, resiste bravamente à tentação de buscar
vingança. Não percebe: já estava salvo. E que vem o período de chuvas, que, não
por coincidência, é o momento em que Matraga acaba por sentir como se tivesse
tirado um peso das costas. As águas, opondo-se ao pó de outras épocas,
simbolizam o batismo, a sublimação, a elevação. CONTINUA...



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