Sagarana - A Volta Do Marido Pródigo [2º Conto] 
(João Guimarães Rosa)
  
 Na introdução do conto o cenário é apresentado: homens   trabalham duro escavando o solo para dele retirar minério. Seu Marra é o   encarregado, de olho em todos para que o trabalhe ande a contento. Lalino   Salãthiel é um mulato vivo, malandro, que chega tarde ao trabalho e inventa   desculpas. Em vez de trabalhar duro, como os outros, inventa histórias, conta   causos. A maioria admira-o. Mas há quem enxergue nele apenas um aproveitador.   Generoso acha que Ramiro, um espanhol, anda rondando a mulher de Lalino.      Laio, naquela noite, não comparece à casa de Waldemar para a aula de violão. No   outro dia, fica em casa vendo umas revistas com fotografias de mulheres. À   tarde, vai à empresa e acerta as contas com Marra. Está disposto a ir embora.   Na volta para casa, encontra Ramiro, o espanhol que lhe anda cercando Maria   Rita. Nasce, imediatamente, um plano: tomar um dinheiro emprestado do espanhol.   O argumento é convincente: quer ir embora sem a mulher, mas falta-lhe dinheiro   para viajar. Ramiro empresta-lhe um conto de réis. Com o dinheiro no bolso,   Laio pegou o trem na estação rumo à capital do País. Seu Miranda, que foi   levá-lo, ainda tentou dissuadi-lo. Não conseguiu.      Um mês depois, Maria Rita ainda vivia chorando, em casa. Três meses   passados, Maria Rita estava morando com o espanhol. Todos diziam que Laio   era um canalha, que vendera a mulher para Ramiro. E assim, passou-se mais de   meio ano.      As aventuras de Lalino Salãthiel no Rio de Janeiro excederam à expectativa.   Seis meses depois, Laio estava quase sem dinheiro e começou a sentir saudades.   Tomou a decisão: ia voltar. Separou o dinheiro da passagem e programou uma   semana de despedida: "uma semaninha inteira de esbórnia e fuzuê".   Acabada a semana, Laio pegou o trem: queria só ver a cara daquela gente quando   o visse chegar!      Enquanto atravessava o arraial, Laio teve que ir respondendo às chufas dos   moradores. Finalmente, chegou à casa de Ramiro, o espanhol que se apossou de   Ritinha. Laio informou-lhe que estava de volta para devolver o dinheiro do   empréstimo. Ramiro, querendo evitar que Laio visse Ritinha, perdoou o   empréstimo: a dívida já estava quitada. Mas Laio insistiu: "eu   quero-porque-quero conversar com a Ritinha"! E disse isso com a mão perto   do revólver. O espanhol concordou, desde que não fosse em particular. De   repente, Laio esmoreceu: não queria mais ver a Ritinha. Queria só pegar o   violão. Depois, quis saber se o espanhol estava tratando bem a Ritinha. E   despediu-se. Primeiro pensou em ir à casa de seu Marra. Depois, dirigiu-se para   a beira do igarapé: era tempo de melancia. Depois de apreciar a paisagem, Laio   deu de cara com seu Oscar. Trocaram idéias, e Oscar prometeu que ia falar com o   velho (Major Anacleto) e tentar arranjar um trabalho para Laio na política.      Além de chefe político do distrito, Major Anacleto era homem de princípios   austeros, intolerante e difícil de se deixar engambelar. Quando Oscar lhe   falou de Laio, ele foi categórico: aquilo é um grandessíssimo cachorro,   desbriado, sem moral e sem temor a Deus... Vendeu a família, o desgraçado.      Tio Laudônio era irmão do Major Anacleto. Esteve no seminário, vivia isolado na   beira do rio. Poucas vezes vinha ao povoado. Chorou na barriga da mãe, enxerga   no escuro, sabe de que lado vem a chuva e escuta o capim crescer. Pois foi Tio   Laudônio que... CONTINUA...  
 
  
 
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