Confissões De Uma Máscara
(Yukio Mishima)
Depois de ler Kwabata e Tanizaki, a expectativa era grande em relação à Mishima, autor expoente da literatura japonesa. Entretanto, essa expectativa foi frustrada, esse romance não se compara aos livros dos autores citados anteriormente. O diário de um velho louco, de Tanizaki, e a Casa das belas adormecidas, de Kawabata, apesar de versarem sobre o mesmo tema de Confissões... - a sexualidade, ficam muito além deste, tanto na questão estética, como na relativa a construção mesma do romance, são livros que te prendem, te instigam a lê-los até o final, como todo bom livro de fazer. Mishima não consegue urdir bem a trama de um jovem atormentado por suas dúvidas e tormentos em relação a sua sexualidade. O garoto, protagonista do romance, vive um dilema: não sabe se dá vazão às suas fantasias homosexuais sádicas ou se investe em um amor por uma irmã de um amigo, que ele sabe tratar-se de uma fantasia que ele inventou para enganar a si mesmo. As melhores cenas do romance são aquelas em que ele descreve suas fantasias mórbidas de se excitar em ver gravuras de guerreiros mortos, açougueiros sujos de sangue e até mesmo são Sebastião cravado de flechas. O caráter escatológico dessas suas fantasias sexuais traz a tona a semelhança de sua escrita com a de Jean Genet, o maldito escritor francês. E é essa possibilidade de comparação com Jean Genet que salva esse romance de Mishima, pois podemos refletir que sendo ocidental ou oriental a literatura que aborda temas marginais, ou melhor, camadas marginalizadas da sociedade, no caso, os homosexuais traz muita coisa em comum. Vale a pena ler Mishima e Genet e ver como a abordagem do submundo homoxessual é semelhantes em ambos, apesar de viverem em sociedades bem diversas uma da outra.
Resumos Relacionados
- O Romance
- Crepúsculo
- O Pêndulo De Foucault
- Confissões De Uma Máscara
- Caçando Carneiros
|
|