O Pistoleiro - A Saga
(Anderson)
Errante Noite de uma quarta-feira de setembro, muito fria para Cuiabá, a capital mato-grossense, que só conhece a estação do calor, mas que cuja noite, atípica, cinzenta espanta seus freqüentadores, pelo frio, que é um convite aos sonhos. A brisa, um vento constante, cortante, parece penetrar os ossos, pelas costelas, sair não é mesmo algo recomendável. O silêncio é absoluto, de uma noite pouco movimentada, onde, pelas avenidas, pouco movimentadas, um ou outro automóvel passa solitário, mas um som é notório, que se espalha pela imensidão do ar, pelo céu rosado-púrpura, um som penetrante da sirene de algum camburão que persegue um criminoso ou suspeito, fugindo pelos becos e vielas do centro da cidade. O breu da escuridão é buscado para se efetuar a fuga, alguém a pé, correndo de maneira alucinada, tentando despistá-los. A jaqueta de napa reluz com o sereno, brilhante, úmida, à luz de algum poste distante de outra rua, como se sua imagem não passasse de um vulto, engolido pela escuridão, o vazio do breu, em velocidade, a qual determina, ou calcula-se o tamanho do medo. Aversão, a prisão, mas pode se perceber, alem desses detalhes, algo além, algo que reluz como aço, o cromo de uma arma, parece impressão, mas algo mais profundo da pista de que este homem teme mais do que apenas ser preso. Parecendo certo de que realmente deixou o automóvel para trás, já que as sirenes estão mais distantes, diminui os passos, vai parando para que possa respirar, deu seu ultimo esforço para, enfim, poder despistar a policia que estava em seu encalço, mas sem tantas chances de botar as mãos nele. Agora ele verifica sua arma, uma 9m. m, checa o pente, as balas, está tudo certo, a arma é travada e ele a guarda junto ao peito, embaixo da blusa, parado sob uma grande, emoldurada, janela de um casarão do centro de Cuiabá, antigo, chamado histórico, e segue seu rumo. A viatura policial parece ter desistido, não há sirenes, não há ruído algum, e o sujeito surge novamente, da escuridão, só que desta vez empurra uma motocicleta, e em seguida monta sobre a mesma, e o rugido de seu motor interrompe, mais uma vez o silêncio das nuvens paradas sobre a capital do calor, agora fria e adormecida. A moto retorna para a avenida, larga, quatro faixas, outrora congestionada de trânsito caótico, confuso, agora só o som do vento que tira do chão uma latinha de alumínio, vazia que deixa seu ruído, que é interrompido por outro, o ronco de motor de uma moto, que corta as entranhas da cidade, rasgando nas artérias de asfalto, pela mão contraria, até alcançar um desvio, onde contorna, pegando a mão certa, seu destino é periferia. . Prevaricação, corruptos e corruptores O C.P.A, um dos maiores bairros, senão o maior, que engloba essa determinada região, a maior, mais populosa, da capital. Planejado, construído pelo governo, é muito populoso, é comparado a um município, por este fato. Mas não apenas por isso, sua infra-estrutura, é maior do que muitas cidades do interior, com bancos, repartições públicas, supermercados, hospitais, grandes lojas, e até terminais rodoviários, de circulação metropolitana. Em outro local, ainda no perímetro central da cidade, numa região repleta de prédios, com um ou outro comercio, mercearia ou bar, ali o que predomina mesmo são os escritórios, seja de advocacia ou as tão comentadas "factorings". A maioria regular, legalizadas para funcionar, emprestar, cobrar, ou seja, o oposto de algumas delas. A empresa de empréstimos, localizada em um desses prédios, de 16 andares. Na penumbra de uma sala, as luzes apagadas, apenas a luminária de mesa de escritório deixa um pouco de luz no ambiente, o computador, desligado, seu emprego terminou, os negócios que serão, ou esperam para serem fechados, independem dele. A maleta sobre a mesa papéis, ainda o meio mais confiável de fechar "negócios", eles sempre tem algo a dizer, por isso são manuseados, por alguém que trabalha ate tarde, com certeza é exemplo de dedicação, perseverança e empenho. Mas é só tomar conhecimento do que ele trabalha, o porquê desse suposto empenho, até essa hora, em que, seguramente, a maioria das pessoas comuns encontram-se no aconchego caloroso de seus lares. Seu empenho é mais que gratificante, mas não tão honesto, esse resultado em uma de suas contas bancarias, uns dizem Suíça ou outros tantos paraísos fiscais, tão bondosos em guardar tais quantias generosas de Dólares Norte Americanos. Mas as falhas nas leis são as mães que esse tipo de gene pediu, elas existem beneficiam, exiguamente, poucos, e estes ficam exatamente no topo de nossa pirâmide social, o que dizer disso, em seu lado oposto, dessa tal pirâmide, bem em sua base, é onde estamos. Esse homem contribui para esse drama social, o sofrimento em massa, pobreza, a desgraça coletiva. O que ele faz, controla com mãos de ferro, uma organização criminosa, com sede na capital, que negocia no pais e no exterior. Seus negócios sujos vão desde a agiotagem, empréstimos a juros de 7 á 18%, trafego: armas de guerra para traficantes ou ladrões de banco, jóias, direto dos garimpos clandestinos à Europa, drogas, pra variar, roubo de veículos, grandes e de luxo, trocados em drogas ou remedidos para terceiros, recolocados no mercado, por empresas, principalmente de transporte, mercadoria ou humano, por adulteração lavagem de dinheiro, arrecadado nessas áreas, que serão enviados ao exterior ou serão "investidos" em candidaturas de políticos corruptos, ou até mesmo desvios de verbas públicas, para obras ou repartições, câmaras, assembléias, prefeituras, estamos falando em milhões, que todos os anos estão à disposição destes vampiros de dinheiro, e isso tudo financiam a tortura social em que vivemos, serei mais especifico, as atrocidades de crimes sem fim, sem limites de crueldade, mas o pior, já citado, pois cometem todo tipo de atrocidades, sandices, e disso tudo lavam as mãos, com naturalidade inumana, sem suja um só dedo, sequer a sola dos sapatos, isentos, mas quando se descobre à verdade, é espantoso a encenação, são artistas, tão falsos e mentirosos, estudam para isso, discursando, usando seu palavreado floreado e cheio de lugares comuns e jargões, como se fossem sábios, tempo tem para aprimoramento. Essa raça desprezível deveria ser fuzilada em praça pública. No escritório, ciente, mas alheio a isso tudo, citado, enumerado, o homem continua manipulando a papelada, na verdade espera por um telefonema que lhe trará uma noticia que aguarda ansioso. A qual pode mudar o seu dia para pior ou melhor, ou forçar-lhe a reverter suas estratégias, de maneira drástica, mas natural, como conferem as regras deste jogo. Ele parece saber o memento em que o telefone vai tocar. O observa, ele chama, um ruído peculiar, ele imediatamente o atende: - Pode falar. - Deu pau. - O quê? - Esse cara é mais liso que bagre ensaboado. - Certo, entendi, depois conversamos.. A ligação é encerrada, o sujeito se encosta-se ao encosto da cadeira, cruza os braços, adota uma postura meditativa, mas o olhar perdido, sério, demonstra preocupação. Pensamentos silenciosos são captados: - Esse cara deve morrer... Já está fora de controle, ou quase. Eu sei que um dia vai me trair, com uma apunhalada bem nas costas, devagar, com sofrimento e dor. Não acredito que ele seja tão fiel, honesto. Vai morrer como os outros. Seu olhar perdido agora sorri, insano. . Final de dia Já no perímetro suburbano da cidade, aquele individuo que escapou, a pouco, da policia, bota preta, calça e blusa jeans, camiseta branca, agora está em, no CPA, tranqüilo, assim como a região, procura não esquentar sem motivo, certamente não é um individuo comum, mesmo sem se saber quem, na verdade, é, mas também não deve estar do lado certo da lei, armado e fugitivo, a menos que seja um desses casos de injustiçados, algo pouca provável, não é iniciante no que faz, nem inexperiente, hipóteses. O sujeito chega a uma rua larga e deserta, deste bairro,
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