Perspectivas Da Educação
(Edson Sanches)
Introdução A modernidade tem se apresentado como uma nova forma de construir sujeitos. A globalização, a internet e a escola nova, de uma maneira geral, vêm derrubando gradualmente velhas e tradicionais formas de aquisição do conhecimento e de formação dos sujeitos. Porém, essas novas formas ainda precisam ser amadurecidas, avaliadas e organizadas para que se adeqüem a atual realidade - ainda pouco familiarizada com estes novos paradigmas da educação. Esta inovadora realidade mundial possibilita um repensar a respeito da lógica da construção do conhecimento e da formação dos indivíduos como seres pensantes, críticos, autônomos, inventivos e ativamente formadores de si mesmos; não apenas intelectualmente, mas também emocionalmente, privilegiando as relações e possibilitando o exercício da cidadania. Palavras-chave: globalização; internet e educação. A globalização, a internet, a escola nova e a multiculturalidade participam ativamente do processo de subjetivação e da formação da identidade dos indivíduos na modernidade, não apenas como seres pensantes, mas como sujeitos críticos, autônomos, criativos e não meros receptores passivos de informações, que apenas reproduzem o que foi transmitido por outros e não são capazes de analisar, fazer relações e transformá-las em conhecimento. O processo da globalização está alterando os rumos da cultura, política, história e, conseqüentemente da educação. O fenômeno da globalização, aliado ao poder e praticidade oferecido pela Internet, proporciona democratização e mais liberdade para o exercício do direito ao conhecimento e informações. Processo natural, visto que a sociedade atual exige do indivíduo uma visão que seja de interesse global e não apenas restrito ou focado na sua própria realidade. Os mecanismos e facilidades oferecidos pela internet possibilitam a criação de novos espaços para o saber, permitindo amplamente a expansão de territórios - que até então podiam ser considerados limitados ou de difícil acesso para muitos; ultrapassando espaços até então restritos à sala de aula, empresa, residência ou meio social. Como previa Herbert McLuhan: ?... o planeta tornou-se a nossa sala de aula e o nosso endereço. O ciberespaço não está em nenhum lugar, pois está em todo o lugar o tempo todo. Estar num lugar significaria estar determinado pelo tempo (hoje, ontem, amanhã). No ciberespaço, a informação está sempre e permanentemente presente e em renovação constante. O ciberespaço rompeu com a idéia de tempo próprio para a aprendizagem. Não há tempo e espaço próprios para a aprendizagem. Como ele está todo o tempo em todo lugar, o espaço da aprendizagem é aqui e em qualquer lugar, e m tempo de aprender é hoje e sempre?. No final do século XX, a globalização, aliada à Internet, trouxe a idéia de que, uma educação igual para todos não é apenas uma forma de justiça social e sim um parâmetro curricular comum. Neste contexto, o papel da educação e da escola ganham novos significados, devendo ser repensados e reavaliados; novos rumos e diretrizes traçados, transformando inclusive o papel desempenhado pelo professor, onde sua função deixa de ser apenas o de emissor de informações para tornar-se incentivador e provocador do despertar para o conhecimento e para o senso crítico. O papel da educação e do educador não podem, nem devem ser restritos e com essa visão ela deixa de ser local e passa a ser globalizada e desvinculada da escola. Hoje existem as Organizações Não Governamentais (ONGs), que incentivam a educação e o aprendizado; empresas privadas que inserem a educação no seu sistema e levam conhecimento além da sala de aula, estendendo-os às comunidades e criando um novo modelo de ensino no qual o indivíduo é valorizado e estimulado dentro do contexto social ao qual está inserido e não baseado no modelo convencional e que não atende necessariamente a todos. Citando o educador Paulo Freire: ?... a educação deve ser voltada para a sociedade?. Tanto a educação tradicional e como a nova têm como ponto comum o processo de desenvolvimento individual. Deve-se partir do princípio de que não existe idade para se educar e a educação deve estender-se por toda a vida e o conhecimento deve ser estimulado não apenas através de didáticas convencionais. Universidades como a UEL, de Londrina inseriram em seu sistema essa forma de trabalhar com o conhecimento. Esse sistema já é aplicado em seu vestibular e visa estimular o raciocínio crítico dos alunos, eliminando da prova no vestibular, por exemplo, questões de Língua Portuguesa e substituindo por disciplinas como Filosofia e Sociologia, pois, subentende-se que, o aluno que está apto a responder questões relacionados à Filosofia, por exemplo, possui conhecimento suficiente para resolver questões gramáticas de português, já que, para dominar e entender essas disciplinas, o aluno automaticamente deve dominar a leitura e a gramática. O que se tem buscado é a tentativa de criar uma nova visão da educação e de educar. A educação hoje enfrenta uma verdadeira anomia, ou seja, ainda não existem regras novas e as que existem já não servem mais. Está sendo desconstruído o modelo antigo, porém, ainda não se conseguiu criar um novo. Pode-se dizer que a sociedade vive um momento de transição educacional. Não se trata necessariamente de uma época ruim e sim de uma época de transição e ajustes para o aperfeiçoamento de um sistema, de forma que todos sejam inseridos e possam usufruir e receber uma educação de qualidade e igualitária, que corresponda ao que a globalização exige de todo indivíduo inserido dentro desse contexto tecnológico e universalizado.
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