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Algumas Considerações/contradições Acerca De Um Projeto Governamental
(Márcia Elizabeti Machado de Lima)

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Algumas Considerações/Contradições Acerca de um Projeto Governamental
 
Os textos são ainda uma rica mediação de que dispomos, professores de língua e de literatura de todos os níveis, para manter viva _ na escola e fora dela _ a troca de experiências, o trabalho da reflexão, a vontade de criar e a tentativa de comunicar. 
                                                    (Regina Zilberman)
Há algum tempo, enquanto professora de Língua Portuguesa no Ensino Básico e de suas Literaturas no Curso de Letras, e como Professora Formadora na área de Linguagem, no CEFAPRO (Centro de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação Básica), tenho defendido, junto aos colegas de área e aos Pedagogos, o pensamento postulado por Zilberman, em epígrafe de abertura dessas reflexões.  Mesmo sabendo, que não há nada de novo em defender  o espaço dos mais variados gêneros e das mais variadas tipologias textuais, no cotidiano da sala de aula, a nossa experiência revela haver, ainda, a necessidade de insistir nessa  defesa, tão bem  argumentada por Possenti, a quem tive o prazer de ser apresentada ao final da graduação, já nas atividades de Estágio Supervisionado, que diz ?(...) se diminuir na escola o espaço da gramática, poderá aumentar automaticamente o do texto.? (1996: 11).
Feita essa introdução, vamos ao assunto que se anuncia no título, que requer um tanto de ousadia. Antes de  avançarmos, é importante esclarecermos, que a nossa pretensão, aqui, é tão somente  trazer à cena algumas reflexões que julgamos pertinentes, no contexto atual, em que  se  desenvolve o Projeto de Avaliação e Acompanhamento dos Alunos de 1ª a 8ª Série Do Ensino Fundamental Com Capacitação de Professores de Língua Portuguesa e Matemática do Estado de Mato Grosso, chamado de Eterno Aprendiz,  numa parceria entre a SEDUC e a CESGRANRIO.
Entendemos que o referido projeto, como qualquer ação de governo, requer um olhar crítico, e não uma mera recepção passiva, seja lá qual for a nossa opção partidária, se contribuímos ou não para eleger os governantes atuais.  Se fosse o nosso objetivo, nessa produção, poderíamos elencar algumas críticas com as quais concordamos, inclusive ao imediatismo a que se propõe, em relação ao retorno cobrado em forma de notas, para melhorar os índices das avaliações, em nível nacional. Pois seríamos hipócritas se negássemos o quão longe a realidade das nossas escolas se encontra das condições ideais para uma formação condizente com os avanços  do nosso tempo.     Mas, conforme temos dito, em diversas oportunidades, por outro lado, não há como negar os tais índices negativos, apesar da clareza que temos, de que essa responsabilidade não pode ser atribuída somente ao professor, temos, também, convicção da nossa importância nesse cenário. Pois sabemos que nenhum plano mirabolante de governo terá sucesso, se não estivermos convencidos da sua importância e real necessidade. 
É, pois, com o olhar voltado para as reais necessidades/defasagens dos nossos estudantes, concernentes às competências no trato com a Língua Materna _ leitura, interpretação e escrita, que podem ser resumidas em habilidades de compreensão da língua em funcionamento _ que assumimos, publicamente, uma postura favorável  ao material didático do projeto Eterno Aprendiz,  portador de uma rica e variada seleção de textos, que reconhecemos como facilitadores do trabalho pedagógico do professor de Língua portuguesa.
Assumida essa postura, pedimos licença para comentar alguns aspectos que julgamos relevantes serem tomados como objetos de reflexão. Até bem pouco tempo, era pertinente a queixa pela falta de livros nas escolas públicas, hoje esse discurso já não faz mais sentido. Salvo raríssimas exceções, as escolas, mesmo algumas não possuindo um local adequado para ser chamado de biblioteca, possuem obras que variam de clássicas a contemporâneas, adaptações, recriações, raridades tidas como obras imortais, disponíveis em formas e linguagens acessíveis a todas as idades: crianças, adolescentes, jovens e adultos. Mesmo assim, ainda se reproduz o discurso da falta de material de leitura.
Pois bem, não seria o caso, então, de abraçarmos um projeto que vem, reconhecidamente, pela fala de alguns educadores, ao encontro do nosso desejo de termos à mão a matéria prima necessária para a realização de um trabalho gratificante, com textos de excelente qualidade? Infelizmente, a maioria de nós, não tem assumido essa postura, numa atitude pessimista, que, às vezes, chega a ser contagiante, num processo acelerado de apagamento perigoso da chama da esperança.  
Mediante a nossa experiência acumulada em  07 (sete) anos de trabalho no CEFAPRO, independentemente, de quem esteja ocupando o poder,  é com grande tristeza que constatamos a rejeição, quase que geral, de todos os projetos vindos das instâncias governamentais, sejam de ordem Estadual ou Federal. O que temos percebido é um julgamento apressado que não se detém no que as propostas trazem de bom, pelo contrário, enfatizam, apenas, o que possam vir a ter de negativo, antes, mesmo, de nos empenharmos para que tenham êxito.  
Para concluir essas considerações, mesmo consciente da incompletude das mesmas, convidamos aos colegas professores, em especial aos de Língua Portuguesa e Literatura, a se reconhecerem  como ?operários na construção poética do amanhã (...) a lutar por seu trabalho com uma esperança sincera crescendo no coração, como o operário da construção poética de Vinícius de Moraes.? ( Miguez,2000: 120).  Esse convite justifica-se por acreditarmos na impossibilidade de vivermos sem um mínimo de utopia.
 



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