Cartão Vermelho
(Dimmi Amora)
O que acontece quando o juiz de um jogo de futebol expulsa o melhor jogador do time sem saber que ele é também o chefe do tráfico de drogas no morro onde mora? O que acontece com um juiz que expulsa o melhor jogador do time da casa num jogo decisivo? E se o time da casa está ganhando, mas perde, de virada? E se aquele jogador for também o maior chefão do tráfico da comunidade? O momento em que o todo-poderoso Zumbi se depara com o cartão vermelho exibido pelo árbitro Valtencir ? naquele instante investido de uma autoridade ainda maior ? é o pontapé inicial de uma trama ágil e envolvente, que irá mudar para sempre o destino de seus protagonistas. Dimmi Amora, jornalista com diversos prêmios em seu currículo, mostra que é craque também na literatura já em seu romance de estréia. Com amplo domínio da escrita e do manejo dos diálogos, uma linguagem informal e uma criativa alternância de vozes e de ritmos, sua narrativa é envolvente e cheia de situações inesperadas, como uma disputada partida de futebol. Por trás dos embates ? futebolísticos, políticos ou sociais ? que permeiam a história, temos um retrato fiel dos jogos de poder tão presentes no mundo de hoje, nas mais diversas áreas. Não é à toa que a realidade muitas vezes imita a ficção... Cartão vermelho é um daqueles romances que a gente lê num fôlego só. É uma das mais bem sucedidas tabelinhas entre o futebol e a literatura dos últimos tempos. Se nos anos recentes a publicação de crônicas, ensaios e biografias sobre o esporte tem proliferado por aqui, é hora de também começarmos a prestar atenção na prosa de ficção que envolve o tema, e nos craques nacionais que estão começando a surgir no campo das letras. (trecho) ? Você realmente não tem idéia do que fez em campo? ? Expulsei um jogador, mas isso é normal ? respondeu Valtencir no mesmo tom confidencial. ? Um jogador? Só? ? Era o melhor do time, eu sei, mas você viu o que ele fez? Quase quebrou a perna do pobre. E por vingança. Aí não teve jeito ? sussurrou Valtencir. Arlindo ficou por alguns instantes sem saber o que fazer. Passou a mão pelo rosto e anunciou um ar de profundo desalento. Atrás de si, esperavam dele que iniciasse a revanche de todos contra o árbitro que os ofendeu. Dentro de si, porém, a ingenuidade de Valtencir começou a tocá-lo. Agora era ele quem se encontrava numa encruzilhada. Voltou ao tom confidencial, mas desta vez de forma mais direta para certificar-se de que realmente o árbitro não conhecia Zumbi.
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