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Reconstrução
(Rodolfo Galvão de Oliveira)

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O tempo passa cruel e santo
Abençoando e maltratando a gente
Mas logo terei nas horas de descanso
Maria minha a cuidar de mim
 
Cada qual faz o que merece
Dando de si o que é capaz
E a luta é a mais bela prece
Que o homem puro pode fazer
 
E eu me levanto soberbo e grande
Com meus poemas e minha luta
Não há governo que me cale a boca
Não há nação que me faça calar
 
Mas diante de uma fábrica
Sorrio e choro cantando samba
Operários do mundo sois minha pátria
Párias do universo sois meus amigos
 
Detesto gente que se diz intelectual
Odeio gente que vive de empregados
Quero instituto e sindicato a todos
Quero a igualdade e a justiça a meus irmãos
 
Não me importo com fausto e gala
Prefiro a festa de pés no chão
Prefiro o samba entre madrugadas
Que guitarras elétricas e opressão
 
Não pátria que se militariza
Minha pátria párias do universo
Abri os braços para a luta santa
Cruzada heróica de divino afã:
 
De dizer DIREITO aos algozes
Que de tribunais condenam delinqüentes
Esquecendo sempre indefinidamente
Que a sociedade que os formou
 
Prostituta vocês são minhas irmãs
Respeitáveis senhoras de antiga profissão
Vocês não teriam existido nunca
Se nós homens não fôssemos prostituidores
 
Vocês viciados em terríveis drogas
Vocês viciados horrível álcool
Não fora a insegurança do tempo
Nem ao menos Noé teria bebido
 
Contudo é válida a RECONSTRUÇÃO
De um novo templo e branco altar
Deitar por terra direito econômico
Surgir do lodo direito verdade
 
Bíblia coleção de livros hebraicos
Todos escritos em puro grego
Deixe de ser coleção opressora
Para ser pesquisa a um passado
 
Caiam os templos quais eles forem
Façamos dele idealista escola
Que servirão muito mais aos homens
Do que vestes sacerdotais
 
Babalaôs pastores pregadores e padres
Viveis de salvardes almas
Se ensinásseis ao menos não exploração
Estaríeis salvando a humanidade
 
Chega de cinismo religioso
O mais terrível freio de meus irmãos
Romperemos a algema de aço
E faremos dela a nossa armade luta
 
E essa luta inteira minha
Não me impede de amar Maria
Maria que não é de Magdala
Mas que é toda cheia de graça
 
Magdalena pertenceste a um Cristo justo
Mostrando a todos a pureza d?alma
Esqueço-me quem sou agora
E me identifico de coração
 
Com o mais humilde dos lixeiros
Com o mais forte proletariado
Esqueço-me de terras e fronteiras grandes
Eu sou do universo inteiro
 
Abro as minha mãos ? afago o destino
Destino certo de servos humildes
Humildes esses que não são covardes
Humildes esses que se tornam grandes
 
E que por eles se fazem nações
Pregando amor pátrio para oprimir
Sorrio então de oprimido ? revoltoso
De revoltoso ? justo grilhão
 
E assim continuo a luta
Iniciada ao início da exploração
Abaixo jóias e coquetéis de orgia
Acima o amor a luta o trabalho
 
Chega então o dia esperado
E em festa o universo inteiro
Cairão do alto flores silvestres
Nascerão do solo novos amores
 
Surgirão do nada fantasmas esses
Que se dirão a verdade e a justiça
De onde houver a falta do  DIREITO
Seremos aí o braço forte da lei



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