A Cronica Da Casa Assassinada
(Lucio Cardoso)
Lúcio Cardoso revela pendor para criação da atmosfera de pesadelo e de sondagem interior a que gostaria dar uma rara densidade poética. Aproveita as sugestões do surrealismo, sem perder de vista a paisagem moral da província que penetra como clima nos seus romances. A Crónica da Casa Assassinada reconstrói de maneira admirável, o clima de morbidez que envolve os ambientes e os seres. Permanece com a angústia de um amor que julga ser incestuoso. Em vez de referências directas, são as cartas, os diários e as confissões das pessoas que conheceram a protagonista ( e dela própria), que penetram como partes estruturais do livro. A tragédia de uma pessoa passa a reflectir-se no caso das testemunhas; e estas percorrem as várias gamas de reacções que vai da febre amorosa ao ódio, deste à indiferença ou ao juízo convencional. O caso psicanalítico sai, portanto, do beco da auto- análise e assume dimensões familiares e grupais. Inventa e ponha de pé uma forma complexa de romance em que o introspectivo, o atmosférico e o sensorial não mais se coadunem, mas se combinam no nível de uma escritura apertada, com a capacidade de converter
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